Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2019 | Page 14

Rev. Medicina Desportiva informa, 2019; 10(1):12-20. https://doi.org/10.23911/Osteoporose_2018 Resumo das Palestras Apresentadas na Feira da Saúde da Maratona do Porto Dr. Basil Ribeiro Medicina Desportiva. Clínica Médica da Foz. Runporto. Alguns números da osteoporose De acordo com a Sociedade Por- tuguesa de Reumatologia (SPR), a osteoporose é uma doença onde existe diminuição da densidade mineral óssea e também alterações na qualidade do osso. Essas con- dições levam a maior fragilidade óssea, onde pequenos impactos são suficientes para provocar uma fra- tura, sendo as fraturas da anca, das vértebras (especialmente lombares e últimas dorsais) e do punho as mais frequentes. Estima-se que afete cerca de 200 milhões de mulheres no Mundo e que ocorra em cerca de 1/10 das mulheres com 60 anos de idade, mas bastante mais nas mulhe- res com 90 anos de idade. Nestas 12 janeiro 2019 www.revdesportiva.pt idades, 2 em cada 3 mulheres têm osteoporose. Afeta mais de 75 milhões de pessoas na Europa, EUA e Japão. Segundo dados europeus, em 2011, a estimativa do número de pessoas com osteoporose na União Europeia era de 22 milhões de mulheres e de 5.5 milhões de homens, dos quais 3,5 milhões sofreram uma fratura de fragilidade por ano. Já para Portugal, no período de 2011-2013, em pessoas com mais de 18 anos, a prevalência esti- mada foi igual a 10,2%, sendo que 17,0% eram mulheres e 2,6% eram homens. A consequência mais dramática da osteoporose é a fratura óssea e o número de fraturas por insu- ficiência não para de aumentar de ano para ano. A atualização da Sociedade Portuguesa de Reuma- tologia, publicada em 2018, refere a estimativa de 40 mil fraturas osteoporóticas por ano em Portugal, nas quais se incluem 10 mil fraturas da anca (2018), valor muito superior ao de 1989 (5600), mas semelhante aos valores desde 2011 (10 124). Já a nível mundial, entre 1990 e 2000, houve aumento de fraturas da anca de quase 25%, sendo o período da vida entre os 75 e os 79 anos de idade o de maior ocorrência e para os dois sexos. A nível mundial, a estimativa para o ano de 2000 foi a ocorrência de nove milhões de fraturas, contri- buindo a Europa e a América para 51% do total, sendo a ocorrência na anca, no punho (1,7 milhões), na anca (1,6 milhões) e na coluna (1,4 milhões). De um modo geral, e em todo o Mundo, na idade superior a 50 anos, risco de fratura é de 1 em cada 3 mulheres e de 1 em cada 5 homens. O aumento da longevidade e algum sedentarismo agravarão o problema e estima-se que no ano de 2050, e em relação ao ano de 1990, a incidência de fraturas da anca aumente 310% nos homens e 240% nas mulheres! A fratura por fragilidade tem custos. Logo à partida compromete a qualidade de vida do doente, causando limitação na sua inde- pendência, aumento da morbilidade (mais infeções, por exemplo) e da mortalidade. Em relação a esta, deve ser realçado que as fraturas da anca estão associadas a um excesso de mortalidade igual a 12% no pri- meiro ano, que se prolonga para os anos seguintes. E não se pense que esta fatalidade apenas se aplica às mulheres mais idosas, pois a mulher de 50 anos de idade tem um risco 2,8% de morte relacionada com a fratura da anca durante o resto da sua vida. Estima-se que na Europa, no ano de 2010, se tenham perdido 26300 anos de vida devido às fratu- ras por osteoporose (!). Em Espanha, 13% dos doentes que sofreram uma fratura morrem depois dos três meses e 38% morrerão após os dois anos. Existirá sobrecarga de cuidados para os familiares e outros cuida- dores, obrigando tantas vezes à institucionalização do doente e ao recurso de cuidados médicos adicio- nais e de fisioterapia. Refere-se que após a fratura da anca entre 10 a 20% de pessoas anteriormente inde- pendentes necessitam de cuidados continuados de longa duração. A literatura refere que “a incapaci- dade provocada pela osteoporose é