Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2018 | Page 13
transversal da banda ou apenas sua
fenestração, podendo ser efetuados
por via aberta ou endoscópica. Por
sua vez, para o ressalto anterior ou
medial está indicada tenotomia par-
cial (alongamento) ou total do psoasi-
líaco, que pode também ser efetuada
por via aberta ou endoscópica.
Não está atualmente comprovado
que alguma destas técnicas cirúrgi-
cas seja superior em relação às res-
tantes. 19,12,16,28,32-38 Apesar dos resul-
tados satisfatórios do tratamento
cirúrgico a médio e longo prazo, um
dos riscos mais frequentemente
associados ao tratamento cirúrgico
sobre os tendões ou fáscias é a perda
de força muscular, o que realça o
papel da reabilitação pós-operatória
nos pacientes operados de modo
a conseguirem atingir níveis fun-
cionais mais elevados. 9,12,15,28,33,39-41
A reduzida invasibilidade, o menor
risco potencial de complicações e a
rápida recuperação funcional favore-
cem a opção por técnicas endoscópi-
cas, em particular para a população
desportista que tem como objetivo
chegar ao nível funcional prévio
o mais rapidamente possível, no
entanto a literatura científica sobre
as mesmas é ainda limitada. Por sua
vez, o tratamento de eleição para o
ressalto de origem intra-articular
é cirúrgico e passa pela remoção
artroscópica de corpos livres intra-
-articulares e pela reparação ou des-
bridamento artroscópicos de rotura
do labrum acetabular. 1,2,24,37,38,42
Conclusão
A síndrome da anca de ressalto é
uma entidade de causa mecânica e
inflamatória, cuja anatomia funcio-
nal e biomecânica das estruturas em
conflito são essenciais conhecer de
modo a poder diagnosticar e tratar
com sucesso esta patologia. A histó-
ria clínica e exame físico adequados
são frequentemente suficientes para
o diagnóstico, no entanto é necessá-
rio ter em conta como diagnóstico
diferencial a patologia intra-articu-
lar da anca. O tratamento consiste
no alongamento dos músculos ou
tendões envolvidos no ressalto,
sendo que inicialmente se faz uma
abordagem conservadora através de
fisioterapia e controlo sintomático
e só caso estes não tenham sucesso
é que está indicado o tratamento
cirúrgico.
Declaração: Os autores negam qualquer
conflito de interesse.
Correspondência:
Diogo Moura
Serviço de Ortopedia, Centro Hospitalar e
Universitário de Coimbra
[email protected]
Bibliografia
1. Potalivo G, Bugiantella W. Snapping hip syn-
drome: systematic review of surgical treatment.
Hip Int. 2017; 27(2):111-121.
2. Via AG, Basile A, Wainer M, Musa C, Padulo
J, Mardones R. Endoscopic release of internal
snapping hip: a review of literature. Muscles,
Ligaments and Tendons Journal. 2016;
6(3):372-377.
3. Bardakos NV. Hip impingement: beyond femo-
roacetabular. Journal of Hip Preservation
Surgery. 2015; 2(3):206-223.
4. Johnston CA, Wiley JP, Lindsay DM, Wise-
man DA. Iliopsoas bursitis and tendinitis. A
review. Sports Med. 1998 Apr;25(4):271-