Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2016 | Page 9
qualquer alteração morfológica ou
funcional.
O atleta manteve-se assintomático
durante todo o período de estudo,
referindo, porém, algum nervosismo
quanto à possibilidade de sofrer de
doença cardíaca e ao impacto desta
sobre a sua atividade desportiva.
Após discussão com o cardiologista assistente (também Pós-Graduado em Medicina do Desporto) e
em virtude dos resultados obtidos,
foi-lhe dado parecer positivo para a
prática competitiva sem restrições.
monitorizados ao longo de nove
anos. Destes, cinco atletas, correspondendo a 6% da amostra, viriam a
apresentar cardiomiopatia durante o
período de seguimento.
Em Março de 2015 foram requisitados novos ECG e ecocardiograma,
os quais não revelaram alterações de
novo ou evolução do anteriormente
encontrado. O atleta continuava
totalmente assintomático e prosseguia a temporada de forma regular.
3. Drezner J, Ackerman M, Anderson J, et al.
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Comentário ao artigo
Conclusões
Discussão
O presente caso ilustra uma situação em que os critérios de Seattle
identificam uma situação potencialmente patológica, mas que não foi
suportada pelos exames subsidiários
posteriormente realizados. A dúvida
da decisão médico-desportiva prendeu-se com o risco de dar parecer
positivo a um atleta assintomático
com ECG alterado versus inibir um
atleta potencialmente saudável da
competição. Por esse motivo, fez-se
uma pesquisa bibliográfica sobre os
resultados a longo prazo de casos
semelhantes. Encontram-se alguns
trabalhos bastante relevantes,
destacando-se do Pelliccia, A e colegas: neste trabalho foram selecionados de uma base de dados de 12550
atletas, 81 com alterações marcadas
da repolarização ventricular e com
estudo ecocardiográfico normal e
Os critérios de Seattle são