Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2016 | Page 33

fisiatria e um fisioterapeuta ou audiologista, com elaboração de um esquema personalizado, fulcral para obtenção de bons resultados. A idade não é considerada um fator limitante para a reabilitação vestibular e não influencia os resultados favoráveis desta terapia. Assim, esta deve ser recomendada nos idosos, mesmo profilaticamente com o objetivo de reduzir o risco de quedas30,31. Existem atualmente dispositivos móveis e com ligação à Internet que permitem aumentar e monitorizar a adesão do doente a estes programas de reabilitação32,33. Os idosos apresentam diversas alterações da marcha, como perda do balanço normal dos braços, diminuição da rotação pélvica e do joelho e passos mais curtos, entre outros, o que provoca menor capacidade para adaptação a perturbações adicionais durante a locomoção (ambientes escuros e pisos irregulares). Desta forma, para além de recomendar a prática de exercício físico, seja com estes exercícios rotineiros em ambulatório, seja exercícios como referidos anteriormente que aumentam o equilíbrio postural (a dança, o yoga, o ballet, o tai chi e o taekondo,) há um conjunto de medidas gerais que devem ser promovidas no quotidiano do idoso de forma a reduzir as quedas, fraturas e suas consequências deletérias: existência de uma luz de presença noturna, evitar tapetes ou outras superfícies escorregadias ou irregulares, implementação de corrimões nas casas de banho e banheiras e uso de vestuário e calçado adequados e confortáveis. A bengala é uma grande mais-valia nesta população, uma vez que aumenta o input de informação sensorial. Estão a ser desenvolvidos outros tratamentos promotores de equilíbrio, com o intuito de reduzir as quedas e as comorbilidades associadas, como dispositivos de biofeedback colocados na cintura, que originam estímulos tácteis ou acústicos quando o centro de gravidade do indivíduo é perdido, permitindo que o indivíduo corrija e aja em conformidade34. Conclusão O exercício físico é benéfico para a melhoria das perturbações do equilíbrio e da qualidade de vida dos idosos, diminuindo as quedas e as taxas de morbilidade e mortalidade. Como tal, todos os idosos, mesmo os que apresentam alterações do equilíbrio, devem ser encorajados a realizar exercícios físicos personalizados em condições seguras, considerando o estado de saúde geral. Bibliografia 1. Maarsingh OR, Dros J, Schellevis FG, van Weert HC, Bindels PJ, Horst HE. Dizziness reported by elderly patients in family practice: prevalence, incidence, and clinical characteristics. BMC Family Practice. 2010;11:2-10. 2. Hannaford PC, Simpson JA, Bisset AF, et al. The prevalence of ear, nose and throat problems in the community: results from a national cross-sectional postal survey in Scotland. Fam Pract. 2005;22(3):227-33. 3. Havia M, Kentala E, Pyykko I. Prevalence of Ménière´s disease in general population of Southern Finland. Otolaryngol Head Neck Surg. 2005;133(5):762-8. 4. Perrin PP, Gauchard GC, Perrott Cyril. Effects of physical and sporting activities on balance control in elderly people. 1999. Br F Sports Med. 1999;33:121-6. 5. Ruwer SL, Rossi AG, Simon LF. Balance in elderly. Rev Bral Otorrinolaringol. 2005;71(3):298-303. 6. Agrawal Y, Carey JP, Della Santina CC, Schubert MC, Minor LB. Disorders of 7. balance and vestibular function in US adults: data from the national health and 8. nutrition examination survey, 2001-2004. Arch Intern Med. 2009;169:938–44. 9. Ekvall Hansson E, Magnusson M. Vestibular asymmetry predicts falls among elderly patients with multi-sensory dizziness. BMC Geriatr. 2013;13:77. 10. Gupta V, Lipsitz LA. Orthostatic hypotension in the elderly: di