Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2016 | Page 30

3.º d  ivulgação de estratégias de prevenção de lesão e de aceleração do diagnóstico da lesão. Inclui disponibilizar informação e aconselhamento sobre: ✓✓ métodos de registo sistemático de lesões dentro da equipa; ✓✓ monitorização regular da carga interna procurando principalmente diferenças significativas entre membros da mesma equipa (esclarecendo que cargas excessivas de treino e de repouso insuficiente aumentam o risco de lesão16); ✓✓ programas estruturados de prevenção de lesão e de aquecimento adequado; ✓✓ importância do equipamento e do ambiente na proteção do atleta. Em relação ao primeiro ponto, reforçamos que a introdução de mecanismos de vigilância da lesão dentro de uma organização pode identificar áreas específicas de prevenção únicas para esse grupo. A assistência médica durante os JO deverá ser preparada próxima ao período de competição, prolongando-se até ao final da mesma. Em termos de objetivos e de estratégias inerentes a esta fase pretende-se: (1) recolher informação atual da condição médica dos atletas através da aplicação de questionários sistemáticos recolhidos junto do atleta e treinador; (2) promover a gestão adequada da fadiga (incluindo a colaboração na gestão do treino pré-competição auxiliando na introdução de ciclos de supercompensação20 no programa de treino, em coordenação com a equipa técnica e os Centros de Alto Rendimento) e promover a qualidade e quantidade de sono (evitando o jet-lag, implementando estratégias de coping com o stress relacionado com a competição e garantir boa higiene do sono); (3) a  ssegurar o aquecimento apropriado antes do treino/competição; (4) preparar a equipa médica de apoio no local ✓✓ através da criação de protocolos de atuação para tratamento imediato da lesão (nomeadamente através da instituição imediata do PRICE – protection, 28 ·Janeiro 2016 www.revdesportiva.pt rest, ice, compression and elevation, que no nosso ver tem enorme importância no encurtamento do tempo de recuperação biológica e funcional do tecido lesado), ✓✓ através da designação de funções específicas adequadas à experiência de cada elemento da equipa, ✓✓ através da utilização de protocolos de tratamento melhor sustentados pela evidência para abordagem rápida e eficiente das lesões mais comuns. (5) adquirir equipamento de reabilitação realmente eficaz e prático. Importa também manter facilmente contactável durante os JO a equipa médica que assiste o atleta no dia-a-dia (a telemedicina poderá ser útil e custo-efetiva). A abordagem da equipa médica do Comité Olímpico Nacional pretende-se que seja holística e nesse sentido quer-se multiprofissional e interdisciplinar. A equipa idealmente deverá incluir um médico especialista em Medicina Desportiva, um Fisiatra, um Ortopedista, um Nutricionista, um Fisiologista do exercício, um Treinador e um Psicólogo, cujo trabalho deverá ser conjunto com os médicos das federações desportivas no sentido de desenvolver um programa específico de cada modalidade desportiva (e para cada atleta integrado no Programa Olímpico), fundamentado pela melhor evidência científica. Bibliografia 1. Junge A, Engebretsen L, Mountjoy ML et al. (2009) Sports injuries during the Summer Olympic Games 2008. The American journal of sports medicine 37, 2165-2172. 2. Engebretsen L, Soligard T, Steffen K et al. (2013) Sports injuries and illnesses during the London Summer Olympic Games 2012. British journal of sports medicine 47, 407-414. 3. Ristolainen L, Heinonen A, Turunen H et al. (2010) Type of sport is related to injury profile: a study on cross country skiers, swimmers, long-distance runners and soccer players. A retrospective 12-month study. Scandinavian journal of medicine & science in sports 20, 384-393. 4. Barengo NC, Meneses-Echavez JF, Ramirez-Velez R et al. (2014) The impact of the FIFA 11+ training program on injury prevention in football players: a systematic review. Interna- tional journal of environmental research and public health 11, 11986-12000. 5. Langton N, Khan KM, Lusina SJ (2010) FIFA’s Football for Health: applying Kotter’s eight-step programme for transformational change to a mass participation activity. British journal of sports medicine 44, 537-539. 6. Klugl M, Shrier I, McBain K et al. (2010) The prevention of sport injury: an analysis of 12,000 published manuscripts. Clinical journal of sport medicine: official journal of the Canadian Academy of Sport Medicine 20, 407-412. 7. van Mechelen W, Hlobil H, Kemper HC (1992) Incidence, severity, aetiology and prevention و