Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2016 | Page 15

Atualidade Rev. Medicina Desportiva informa, 2016, 7 (1), pp. 13 Eligibility and disqualification recommendations for competitive athletes with cardiovascular abnormalities Task Force 1: Classification of sports: dynamic, static and impact. A scientific statement from the American Heart Association and American College of Cardiology Resumo: Dr. Basil Ribeiro O comité coordenador e de aconselhamento científico da American Heart Association em 24 de junho, o comité executivo da American Heart Association em 22 de julho e o comité executivo do American College of Cardiology em 3 de junho de 2015 aprovaram esta classificação dos desportos no contexto da prática desportiva de atletas com alterações cardiovasculares. O grande conhecimento da hemodinâmica de cada tipo de exercício (estático vs. dinâmico), assim como o conhecimento das adaptações cardíacas dos atletas envolvidos nestes desportos, permitiu a elaboração deste esquema. Os desportos são classificados de acordo com o nível de intensidade do exercício dinâmico ou estático (baixo, médio ou alto), necessário para praticar esse desporto em competição. Também foi considerado o risco de colisão corporal entre competidores ou contra um objeto ou queda no chão. Estas orientações destinam-se ao desporto de competição e não são dirigidas para o desporto de recreação. Dentro das limitações desta figura, importa chamar a atenção para as condições atmosféricas, não consideradas na figura, que podem alterar bastante a carga cardiovascular de um desporto. Também a elevada altitude, onde a disponibilidade de oxigénio diminui, pode aumentar acentuadamente a frequência cardíaca e o débito cardíaco para determinada intensidade de esforço, o que poderá constituir problema no doente coronário (isquemia) e aumentar o risco de morte súbita. A termorregulação, ao desviar parte do débito cardíaco para a pele, para arrefecimento do sangue, pode constituir um problema e aumentar a sobrecarga cardíaca. Na figura estão caracterizados os desportos de acordo com a componente de força (intensidade relativa da contração muscular estática ou percentagem da contração voluntária máxima) e o componente de endurance (intensidade relativa do exercício dinâmico, contração regular dos grandes grupos musculares ou percentagem da potência aeróbia máxima – VO2max). Várias combinações de classificação são possíveis, como IA ou IIB, referindo-se a desportos com componentes estático e dinâmico baixos ou moderados, respetivamente. Apesar das limitações, esta figura/ esquema tem grande utilidade aquando da indicação das recomendações para os desportos. Os autores referem, inclusivamente, que no caso de uma alteração cardiovascular que não seja compatível com um desporto que provoque uma carga de pressão elevada no ventrículo esquerdo, o atleta deve ser avisado para evitar os desportos classificados como III, IIIB e IIIC. Este documento faz ainda recomendações aos atletas com doença cardiovascular que tomam medicamentos anticoagulantes, as quais se transcrevem de seguida: • O risco de hemorragia nos atletas a receber antagonistas da vitamina K ou inibidores diretos da trombina ou do fator Xa está aumentado nos desportos onde o impacto possa ocorrer e os atletas devem evitar estes desportos (classe IIb; nível de evidência C); • Os atletas a tomarem antagonistas da vitamina K ou inibidores diretos da trombina ou do fator Xa não devem participar em desportos onde seja esperado o impacto devido ao risco elevado de hemorragia intracraniana (classe III; nível de evidência C). Ref. Levine BD; Baggish AL, Kovacs RJ, Link MS, Maron MS, Mitchell JH; on behalf of the American Heart Association Electrocardiography and Arrhythmias Committee of the Council on Clinical Cardiology, Council on Cardiovascular Disease in the Young, Council on Cardiovascular and Stroke Nursing, Council on Functional Genomics and Translational Biology, and the American College of Cardiology. Circulation. 2015;132: Revista de Medicina Desportiva informa Janeiro 2016 · 13