Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2013 | Page 15

Conclusão Na insuficiência cardíaca NYHA I/II, com boas capacidades aeróbia e fração de ejeção do ventrículo esquerdo, os treinos aeróbio e de força são seguros num programa longo1,2,5,7,16,25, como observado neste estudo. Os resultados revelam que o programa de treino, tal como referido na literatura, proporciona mudança favorável no perfil da composição corporal, com maiores ganhos na massa magra11, aumento proporcional da massa muscular (perímetros do braço e da coxa), que contribui para aumento da taxa metabólica²² e capacidade funcional no esforço11,16 e decréscimo da demanda cardíaca face à crescente intensidade do treino de força6,16. Neste caso, e na generalidade das IC NYHA II/III, nem sempre é possível atingir níveis de intensidade de treino aeróbio que gerem ganhos rápidos e significativos no perfil corporal devido à fisiopatologia da doença. Mas, a associação do treino aeróbio ao treino de força permite estes ganhos de massa e força musculares2,16, que podem ser preditores do consumo de oxigénio2. A evolução do programa proporcionou melhoria cardiorrespiratória e musculoesqueléticas contínuas expressas através melhoria da fração de ejeção do ventrículo esquerdo, do VO2max, do tempo de prova de esforço, do teste de marcha de 6 minutos, ao mesmo tempo que a coordenação, a postura e marcha melhoraram, a exemplo do ocorrido noutras investigações1,10. Verificou-se decréscimo na classe NYHA23, nos ganhos funcionais nas AVD’s16,24, e melhoria do prognóstico e da reintegração1,3,4,10,16,17,21, assim como evolução psicológica17,18. Do caso clínico apresentado, e em concordância com a literatura1–19, destaca-se que o treino de força associado ao treino aeróbio pode ser realizado nas fases II e III do programa de RE/RC na cardiopatia isquémica e na insuficiência cardíaca, mesmo perante o descondicionamento global mais severo, desde que individualizado e cumpridos os critérios de avaliação médica, estratificação, prescrição específica e controle clínico. O TF foi executado com segurança e, em associação ao treino aeróbio, teve efeitos positivos em parâmetros funcionais, de que resultou melhoria na execução das tarefas de vida diária e na marcha. Bibliografia: 1. Bjarnason-Wehrens et al. Recommendations for resistance exercise in cardiac rehabilitation. Recomendations of the German Federation for Cardiovascular Prevention and Rehabilitation. The European Society of Cardiology 2004; vol. 11; 4:1741-8267. 2. Konstantinos A et al. Resistance Exercise Training in Patients with Heart Failure. Sports Med 2005; 35 (212); 1085-1103. 3. Daub WD. Strength training early after myocardial infarction. J Cardiopulm Rehabil 1996; 16:100-108. 4. Maiorana A et al. Combined aerobic and resistance exercise training improves functional capacity and strength in CHF. J Appl Physiol 2000; 88:1565-1570. 5. Wise F et all. Resistance Exercise in Cardiac Rehabilitation. Clínical Rehabilitation 2011; 25 (12): 1059-1065. 6. Robert Berenet et al. Resistance Training Dose Response in Combined Endurance-Resistance Training in Patients with Cardiovascular Disease: A Randomizes Trial. Arh Phys Med Rehabil, 2011; Vol.92; 1527-1533. 7. Pollok ML et al. Resistance exercise in individuals with or without cardiovascular disease. Circulation 2000; 101:828-833. 8. McCartney N et al. The role of resistance training in patients with cardiac disease. J Cardiovasc Risk 1996; 3:160-166. 9. Larsson L. Physical training effects on muscle morphology in sedentary males at different ages. Med Sci Sports Exerc 1982; 14: 203206. 10. Wise F et all. Resistance Exercise in Cardiac Rehabilitation. Clínical Rehabilitation 2011; 25 (12): 1059-1065. 11. Treuth MS et al. Effects of strength training on total and regional body composition in older men. J Appl Physiol 1994; 78:614-620. Restante bibliografia em: www.revdesportiva.pt (A revista online) Avançando para o seu bem estar! www.interorto.pt Revista de Medicina Desportiva informa Janeiro 2013 · 13