Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2013 | Page 14

Peso/IMC (estatura 1,80 m) Dia 0 dia 16 semana 16 semana 30 81 kg/25 kg/m2 65 kg/20,1 kg/m2 73 kg/22,5 kg/m2 70 Kg/21,6 kg/m2 Ecocardiograma (fração de ejeção – FEj) dia 3 dia 20 semana 16 semana 34 FEj VE = 30% FEj VE = 40% FEj VE = 50% FEj VE = 56% Bioimpedância (MG – massa gorda; MM – massa magra) dia 16 semana 6 semana 16 semana 28 MG = 63%/MM = 37% MG = 65%/MM = 35% MG = 61%/MM = 39% MG = 55%/MM = 45% Perímetros (aumento no braço/coxa) dia 16 semana 6 semana 16 semana 28 (1.ª medição) 1,7%/2% 4,9%/6% 10%/12% Prova funcional respiratória (FEV1/MVV ) semana 6 semana 12 semana 16 semana 28 60%/40% 92%/61% 98%/82% 107%/100% Prova de esforço (cicloergómetro; aumentos; tempo de prova/VO2max) semana 12 semana 16 semana 28 (1.ª medição) 7%/5% 15%/14% Escala de Borg semana 6 semana 12 semana 16 semana 28 17 13 12 a 13 10 semana 10 semana 16 semana 28 (1.ª medição) 21% 27% Teste de marcha 6 min · da 16.ª à 20.ª semana (Fase II) – reforço muscular dinâmico (concêntrico, excêntrico): intensidade de 30% de 1 RM, 5 a 10 repetições/série, 2 a 4 séries/grupo muscular (4 a 9 por sessão), tempo de relaxamento após cada repetição de 1,5–3 seg e após cada série de 2 minutos. · da 21.ª à 24.ª semana com intensidade igual a 30–50% de 1 RM (aumento gradual da carga em 5%), 12 a 25 repetições/série, 3 a 5 séries/ grupo muscular, um circuito integral, ao qual se associou, o reforço isométrico sustentado para os pequenos músculos, com duração de cada contração igual a 3 a 5 e tempo de relaxamento igual a 4,5–10 segundos. · da 25.ª à 28.ª semana (Fase III) a intensidade foi entre 40 – 60% de 1 RM (aumento gradual da carga em 5%), com menos de 15 repetições/série, 5 séries por grupo muscular e um circuito integral (iniciou reforço isotónico em aparelho Cybex). 12 · Janeiro 2013 www.revdesportiva.pt Resultados A evolução dos vários parâmetros avaliados encontra-se descrita no Quadro. Verifica-se que a permanência na UCIP, com um valor na EC de Glasgow baixa, motivou perda acentuada de peso, cerca de 20%, o qual foi sendo progressivamente recuperado no internamento e no ambulatório. A função cardíaca, expressa pela fração de ejeção do ventrículo esquerdo, melhorou bastante, sendo inicialmente apenas de 30%, mas na semana 34 era igual a 56%. Pela bioimpedância seriada constata-se o aumento da massa magra corporal, ao passo que a massa magra diminuiu progressivamente desde o início da 3.ª semana (63% do total corporal) até última avaliação realizada à 28.ª semana (55%). Paralelamente os perímetros do braço e da coxa aumentaram continuamente, em proporções semelhantes. A melhoria funcional do sujeito pode ser documentada pelos aumentos contínuos do consumo máximo de oxigénio e do tempo de prova, pela melhoria da função respiratória, normalizada à 30.ª semana, pelo teste da marcha de 6 minutos, com aumentos importantes da distância percorrida nas avaliações à 16.ª e 28.ª semanas. Os valores referidos na Escala de Perceção do Esforço de Borg revelam a diminuição progressiva da dificuldade do sujeito em realizar a tarefa. Discussão Este caso clínico demonstra os benefícios do treino de força associado ao treino aeróbio na reabilitação da insuficiência cardíaca num contexto de cardiopatia isquémica com paragem cardíaca, estando em concordância com outros estudos1,2,3,4. A implementação de um programa de reabilitação cardíaca obriga a avaliação médica cuidada, à estratificação do risco para o doente, a uma prescrição específica e individualizada dos exercícios e ao