Revista de Medicina Desportiva Informa Janeiro 2013 | Page 13

de Glasgow igual a 3 (TA=160/100 mmHg e FC 140 bpm em ritmo sinusal). Foi sujeito a tratamento conservador na UCIP, onde esteve com ventilação assistida até ao 12.º dia, apresentando nesta altura tetraparésia grau 2, espasticidade simétrica, grau II Escala de Ashword (EA) e parésia diafragmática. Foi transferido para o serviço de fisiatria (MFR) no 16.º dia (Glasgow 10, tetraparésia grau 3+, amiotrofia global severa, espasticidade grau I EA, IC NYHA classe II, Classe C AHA). Tinha equilíbrio precário do tronco, iniciou marcha com andarilho e supervisão externa, e apresentava dependência parcial nas AVD’s. À 16.ª semana inicia reabilitação em ambulatório no Serviço MFR, sem amiotrofias, mas apresentando tetraparésia grau 4, espasticidade grau I EA e IC NYHA classe I/II, Classe B AHA. Tinha marcha autónoma com desequilíbrio anterolateral ligeiro, risco de queda e dependência parcial nas AVD’s. À 30.ª semana tinha IC NYHA classe I, Classe B AHA, sem sintomas CV para esforços igual a 6 METS, marcha autónoma com ligeiro desequilíbrio lateral e estava já independente nas AVD’s. Métodos Terapêuticos Para além da terapêutica medicamentosa e da dieta hiposódica, foi iniciada a reabilitação, personalizada e sequencial: 1. na UCIP foi feita cinesioterapia/ reeducação funcional respiratória, com eletroestimulação dos músculos intercostais (MIC), dos retos e oblíquos abdominais, dos reto femorais, gémeos, tricípite, deltoide, extensores do punho, assim como a EE cutânea transdiafragmática [5–10 minutos (min)]. 2. no Internamento manteve o programa de reabilitação anterior, associado a: a) reeducação funcional respiratória: ensino modos ventilatórios, EE respiratória, reforço muscular do diafragma, MIC e abdominais com técnicas de biofeed-back/EMG, com ou sem resistência; reforço muscular isotónico (RM_Iso) dos músculos expiratórios (MExp.) (1.º tempo) e dos músculos inspiratórios (MInsp.) (2.º tempo), sem resistência, evoluindo para resistências vocal, hídrica, por compressão externa (manual, com carga até 2 kg); b) Reeducação neurológica, a destacar o tratamento dos músculos espásticos (crioterapia, posturas antiespásticas, estiramento cadeias musculares espáticas, etc.), técnicas de facilitação neuromuscular propriocetiva (M. Kabat), reeducação sensitivo-motora, reeducação propriocetiva, do equilíbrio, transferência de carga [membros superiores (MS) e inferiores (MI)], treino da marcha, RF específico do reto femoral, gémeos, bicípite, abdominais (retos, oblíquos) e, posteriormente, extensores do ráquis dorsal e lombar, grande dorsal, grande redondo, grande peitoral, vasto