Revista da OPAN 1 | Page 26

Em artigo publicado na versão brasileira da revista Le Monde Diplomatique , a coordenadora do Programa de Direitos Indígenas da OPAN , Andreia Fanzeres , analisou o cenário de ampliação de empreendimentos energéticos e pontuou os impactos das obras na bacia do Juruena . " O governo reconheceu que 77 % do potencial hidrelétrico situamse em áreas de alta sensibilidade socioambiental , interferindo em unidades de conservação e terras indígenas ", informa Andreia .

DOIS RELATÓRIOS TÉCNICOS DEMONSTRAM DE FORMA CABAL A GRAVIDADE E A IRREVERSIBILIDADE DOS IMPACTOS DA UHE CASTANHEIRA

Tarcísio dos Santos / OPAN
No artigo , a coordenadora explica ainda que o Tutãra é ao mesmo tempo patrimônio ecológico , histórico , paisagístico , artístico e arqueológico . Dois relatórios técnicos , um produzido pela bióloga Claudia Callil , da Universidade Federal de Mato Grosso ( UFMT ) e outro pela antropóloga Adriana Athila , da Escola Nacional de Saúde Pública da Fundação Oswaldo Cruz ( ENSP / Fiocruz ), a pedido da Operação Amazônia Nativa ( OPAN ), demonstram de forma cabal a gravidade e a irreversibilidade dos impactos da UHE Castanheira sobre o tutãra . Apesar disso , foi sumariamente ignorado pela Empresa de Pesquisa Energética ( EPE ), que é o empreendedor desta usina . Os povos Munduruku , Apiaká e Kayabi do rio Teles Pires estão aí para confirmar que simplesmente deixar a hidrelétrica do lado de fora da terra indígena é subestimar não só os danos , mas o conhecimento de quem mais entende da região . É isso que os Rikbaktsa lutam para evitar .