Revista Crea-SP | nº 11 | Page 18

É de berço que se aprende a ser voluntária QUANDO NÃO ESTÁ na UGI Mogi Guaçu, exercendo a função de agente administra va, Márcia Maria Rodrigues Pereira integra o chamado “Ramo Santa Teresa D’Ávila” da Pastoral da Criança, en dade social ligada à Igreja Católica. Inspirada pela mãe, que par cipou dos primeiros trabalhos da Pastoral naquele município há 30 anos, Márcia é voluntária do projeto desde 2005. “Quando o padre de minha paróquia disse que queria iniciar a Pastoral da Criança em meu bairro e precisava de voluntários, eu me ofereci para ajudar”, conta. “Sempre gostei de crianças e, quando surgiu a oportunidade de trabalhar na Pastoral, fi quei muito animada”. Por mais de uma década, Márcia se dedica a visitar grupos carentes de atenção básica, como crianças e gestantes. Também realiza encontros religiosos e capacita lideranças, além de criar, organizar e divulgar a vidades voluntárias. “Não nha noção que, para par cipar da Pastoral, teria de fazer muitos cursos. Mas isso é o que me anima: estar sempre estudando, aprendendo e orientando as crianças, mães e gestantes”, diz. Além da mãe, outra fonte de inspiração para Márcia é a Dra. Zilda Arns Neumann, fundadora da Pastoral da Criança, por ter colocado sua carreira de médica pediatra e sanitarista a favor do desenvolvimento de métodos para salvar a vida das crianças carentes e desnutridas. “A Dra. Zilda nha a clara consciência de que a transformação da sociedade se faz a par r da base que se mobiliza, sem deixar, contudo, de cobrar do Estado as suas obrigações”, ressalta. Desde 2017, quando par cipou da “Ofi cina do Amor e Ação” pela Pastoral, percebeu que a missão de levar alegria não deveria ser somente Uma forma de alimentar sonhos voltada às crianças. Daí surgiu a sua segunda a vidade voluntária: o “Doutores Castelo da Alegria Interior – CAI”, onde encarna a clown Dra. Baby, que faz visitas a asilos, escolas e eventos missionários. Lá descobriu que o tradicional trabalho de palhaço não é apenas brincadeira, destacando que “envolve um conhecimento interno e ninguém pode oferecer uma alegria aos outros se não tem a paz e tranquilidade em seu interior”. “Quando doamos nosso tempo para ajudar as pessoas carentes (fi nanceira e afe vamente) recebemos em dobro. Um sorriso de uma criança ou idoso é a minha recompensa. Não há dinheiro no mundo que pague a realização pessoal em estar a serviço de quem necessita”, conta Márcia, fi nalizando seu depoimento com a seguinte frase: “Fica sempre o cheiro de perfume nas mãos que oferecem rosas”. AS COLABORADORAS Efi gênia Almeida Fernandes, Fá ma de Lima Barbosa e Vera Lúcia Matos Silva, respec vamente agente fi scal e agentes administra vas, hasteiam a bandeira do voluntarismo na UGI Centro. “Nossa cooperação se resume em colaborar mensalmente com várias ins tuições de assistência e apoio à criança”, comentam as colegas, que costumam dedicar parte de seu tempo a en dades como o Grupo de Apoio ao Adolescente e à Criança com Câncer – GRAACC, a Associação de Assistência à Criança Defi ciente – AACD e o Centro de Apoio à Criança Carente com Câncer – Cândida Bermejo Camargo. Além das contribuições mensais, e principalmente com a chegada das festas de final de ano, o trio repete uma ação que já virou tradição: ir à agência dos Correios e “adotar cartinhas” enviadas por crianças de até 10 anos na campanha “Papai Noel dos Correios”. O ato de presentear é o mesmo que “promover a alegria e alimentar sonhos”, destacam. ◘ JORNALISTA GUILHERME MONTEIRO Voluntário de carteirinha Para ser voluntário(a), pesquise também: Nações Unidas no Brasil nacoesunidas.org/vagas/voluntariado Portal de Voluntariado Atados www.atados.com.br Centro de Voluntariado de SP www.voluntariado.org.br 18 | R E V I S T A CREA-SP “O voluntariado deve ter como principal obje vo o aprimoramento pessoal. Não adianta fazer caridade na rua, mas ser desonesto no trabalho e não se relacio- nar bem com as pessoas. Humildade também importa. Tem voluntário que só quer ajudar do jeito dele, sem se abrir para escutar o outro a respeito do que ele realmente precisa. No meu trabalho, incen vo a criação cole va de soluções. Se eu estou a serviço de alguém, é esse alguém que deve ser o protagonista das ações, não o voluntário”. O depoimento do parágrafo acima é do colega Gustavo Leutwiler Fernandez, agente de comunicação do Departamento de Comunicação e Eventos, que, em suas férias anuais, já viajou para quatro países para trabalhar como voluntário – África do Sul, Zimbabwe, E ópia e Pales na –, além de outros locais no Brasil. Ou seja, é preciso muita disponibilidade de espírito para isso e, entre uma viagem e outra, não deixa a peteca cair: escreveu o livro “Africanamente: o que vivi e aprendi como voluntário na África”, pela Editora Autografi a, e criou a plataforma Trip Voluntária (para conhecer, acesse www.tripvoluntaria. com.br ou @tripvoluntaria no Facebook e Instagram). Três dicas para se tornar um voluntário 1. Defi na a sua causa O primeiro passo é saber qual causa social mais mexe com você. De inicia vas com crianças, jovens, adultos e idosos a sustentabilidade ambiental e capacitação profi ssional de refugiados, são muitas as oportunidades para você se situar. 2. Comprometa-se Se interessou por alguma opção de trabalho voluntário? Boa! Agora, você tem o perfi l requisitado e sabe desempenhar a função que a ins tuição está buscando? Algumas vagas têm horário fl exível e outras não. Você tem disponibilidade no horário determinado, ou para a quan dade de horas que a ins tuição está pedindo? Feitas estas perguntas, tudo certo, é só seguir para o terceiro e úl mo passo. 3. Candidate-se a uma vaga Encontrada a vaga, basta se inscrever. Agora a ins tuição está contando com a sua colaboração, por isso, não faça pouco caso da sua inscrição e compareça. Se algum imprevisto surgir e não puder ir, avise o responsável pela vaga com o máximo de antecedência possível. Com informações de “Atados”. R E V I S T A CREA-SP | 19