FAMÍLIA
COLEGAS DE
TRABALHO
IRMÃOS
NA VIDA
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R E V I S T A CREA-SP
Muita gente considera o ambiente de
trabalho uma extensão de sua própria
casa, afi nal muitas vezes passamos mais
tempo no Crea-SP do que em nossas re-
sidências. Nesse sen do, não é incomum
quem acaba formando uma “família” no
emprego, aplicando os conceitos de em-
pa a, solidariedade e pura camaradagem
junto aos colegas de departamento.
Tem gente que até consegue
ultrapassar essa barreira e fundir as duas
“famílias”: são os irmãos funcionários
de uma mesma empresa. É muita
“brodagem”, não é mesmo? No Crea-SP,
são 13 duplas de irmãos em todo o
Estado (*), em muitos casos trabalhando
em Unidades diferentes.
Na Sede Faria Lima, uma dupla famosa
de irmãs é a formada pela agente adminis-
tra va Vandelis (Vanda) de Jesus Oliveira
Teixeira (Unidade de Registro e Acervo
Técnico) e pela analista contábil fi nanceira
Vandete de Jesus Oliveira (Unidade de Fi-
nanças). Mas não é fácil vê-las juntas pelos
corredores e nem na hora do almoço.
Baianas de Ilhéus, com um ano e
três meses de diferença de idade, as
irmãs entraram no Crea-SP com uma
diferença de tempo parecida, já se
vão 30 anos, Vanda antes, mas ambas
por indicação da amiga Terezinha. “Na
época só entrava por indicação”, lembra
Vandete. “Fiz a provinha, o teste, fui
admi da e já fui trabalhar direto na
mesma semana, tudo assim. Estavam
precisando urgente. Foi uma época em
que entrou muita gente”, relata Vanda.
De uma família de sete irmãos
(quatro homens e três mulheres),
uma mistura de sangue negro, índio e
português, vieram para São Paulo nos
anos 1980 com a mãe, primeiro Vanda
(de novo), quando os pais se separaram.
“Morei um tempo na Barra Funda, na
época estava construindo o metrô”, diz
Vanda, lembrando que, de lá, a família
VANDA & VANDETE
seguiu para a Brasilândia, onde ela ainda
reside. Vandete hoje mora em Barueri.
O impacto de chegar à capital paulista
foi grande. “Eu me sen a e ainda me sinto
uma marginalizada. O grande impacto foi
não estar no meu habitat, nisso eu sofri
muito. Mas, em relação às pessoas, nunca
me incomodou o que elas pensavam. Eu
sou o que sou. Falo alto, o meu jeito é
assim. Se eu fi car séria, vocês vão achar
que eu estou zangada”, diz Vandete.
“Eu sofri um pouco, sen a certo
preconceito, muita rejeição. Nem falava
que era baiana. Era muito di cil fazer
amizade, eu sen a essa falta, porque
na Bahia todo mundo é muito ‘dado’.
Paulista é mais reservado”, relembra
Vanda, ressaltando, no entanto, que nada
disso mudou a sua essência. “A Bahia
está dentro de mim e é isso que importa.
As cores, as roupas. Con nuo sendo uma
baiana arretada”, diverte-se.
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