Revista Crea-SP | nº 10 | Page 16

FAMÍLIA COLEGAS DE TRABALHO IRMÃOS NA VIDA 16 | R E V I S T A CREA-SP Muita gente considera o ambiente de trabalho uma extensão de sua própria casa, afi nal muitas vezes passamos mais tempo no Crea-SP do que em nossas re- sidências. Nesse sen do, não é incomum quem acaba formando uma “família” no emprego, aplicando os conceitos de em- pa a, solidariedade e pura camaradagem junto aos colegas de departamento. Tem gente que até consegue ultrapassar essa barreira e fundir as duas “famílias”: são os irmãos funcionários de uma mesma empresa. É muita “brodagem”, não é mesmo? No Crea-SP, são 13 duplas de irmãos em todo o Estado (*), em muitos casos trabalhando em Unidades diferentes. Na Sede Faria Lima, uma dupla famosa de irmãs é a formada pela agente adminis- tra va Vandelis (Vanda) de Jesus Oliveira Teixeira (Unidade de Registro e Acervo Técnico) e pela analista contábil fi nanceira Vandete de Jesus Oliveira (Unidade de Fi- nanças). Mas não é fácil vê-las juntas pelos corredores e nem na hora do almoço. Baianas de Ilhéus, com um ano e três meses de diferença de idade, as irmãs entraram no Crea-SP com uma diferença de tempo parecida, já se vão 30 anos, Vanda antes, mas ambas por indicação da amiga Terezinha. “Na época só entrava por indicação”, lembra Vandete. “Fiz a provinha, o teste, fui admi da e já fui trabalhar direto na mesma semana, tudo assim. Estavam precisando urgente. Foi uma época em que entrou muita gente”, relata Vanda. De uma família de sete irmãos (quatro homens e três mulheres), uma mistura de sangue negro, índio e português, vieram para São Paulo nos anos 1980 com a mãe, primeiro Vanda (de novo), quando os pais se separaram. “Morei um tempo na Barra Funda, na época estava construindo o metrô”, diz Vanda, lembrando que, de lá, a família VANDA & VANDETE seguiu para a Brasilândia, onde ela ainda reside. Vandete hoje mora em Barueri. O impacto de chegar à capital paulista foi grande. “Eu me sen a e ainda me sinto uma marginalizada. O grande impacto foi não estar no meu habitat, nisso eu sofri muito. Mas, em relação às pessoas, nunca me incomodou o que elas pensavam. Eu sou o que sou. Falo alto, o meu jeito é assim. Se eu fi car séria, vocês vão achar que eu estou zangada”, diz Vandete. “Eu sofri um pouco, sen a certo preconceito, muita rejeição. Nem falava que era baiana. Era muito di cil fazer amizade, eu sen a essa falta, porque na Bahia todo mundo é muito ‘dado’. Paulista é mais reservado”, relembra Vanda, ressaltando, no entanto, que nada disso mudou a sua essência. “A Bahia está dentro de mim e é isso que importa. As cores, as roupas. Con nuo sendo uma baiana arretada”, diverte-se. R E V I S T A CREA-SP | 17