Revista Conviva Nº 75 revista_conviva_interativa_2019 | 页面 14
Repórter Conviva
Victor Meirelles: um desterrense
que brilhou no Império do Brasil
e em Paris
Quadro: "A PRIMEIRA MISSA NO BRASIL". Museu Nacional de Belas Artes. Rio de Janeiro-RJ.
Em 18 de agosto de 1832, nascia, na cidade de
Desterro (atual Florianópolis), em um sobrado
na Rua da Pedreira, Victor Meirelles. Passados
187 anos de seu nascimento, seu legado artísti-
co e sua importância como grande ícone da pin-
tura brasileira continuam a impressionar pelo
perfeccionismo e pela habilidade com as te-
máticas da História do Brasil. Filho de Antônio
Meirelles de Lima, um comerciante português,
e de Maria da Conceição, nascida em Desterro,
Victor teve uma infância típica em uma pacata
vila. Sem pontes, mas com uma identifica-
ção muito forte com o mar e com dezenas de
trapiches, Desterro reunia comerciantes, que
vendiam seus produtos no “centro” da Vila.
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O futuro grande artista ini-
ciou sua formação em Dester-
ro, com D. Mariano Moreno.
Ainda em Desterro, e então com
14 anos, pintou “Vista de Des-
terro”, uma das obras do jovem
Victor que encantou o Conse-
lheiro da Corte, Jerônimo Coe-
lho, e foi seu passaporte para in-
gressar na Academia Imperial de
Belas Artes, no Rio de Janeiro.
Naquela época, o Rio de Ja-
neiro que Victor encontrou já
se mostrava uma cidade mui-
to diferente da Desterro onde
vivera seus primeiros quatorze
anos. A Capital do Império ti-
nha um ritmo fervilhante, res-
pirava ares europeus e reacendia
os perfumes franceses da no-
breza que vivia na Corte, uma
elite que ainda dominava as ro-
das sociais e políticas do Bra-
sil. Em meio a esse ambiente,
Victor iniciou sua vida na me-
trópole e passou a dedicar-se
de corpo e alma aos estudos.
Na Academia, era tradição
que os alunos participassem de
concursos enquanto estudavam.
Assim, com a tela “São João
Batista no Cárcere”, Victor ga-
nhou como prêmio uma viagem
à Europa, em 1853. Com vinte
e um anos quando de sua par-
tida, ele conheceu com prima-
zia a arte mundial em suas pas-
sagens pela Itália e pela França,
onde teve contato com gran-
des pintores. Oito anos mais
tarde, Victor retornaria ao Bra-
sil, depois de ter estudado com
dedicação e aperfeiçoado suas
técnicas no exterior.