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muitos outros restringem o tratamento à internação, revelando a ideia de que o
usuário de crack precisa a todo custo ser forçado ao tratamento para que se haja
uma desintoxicação, visto que uma vez internado a abstinência é o único objetivo
que se espera alcançar. Ainda segundo Kimati 18 , em relação ao crack é
ingenuidade se falar em abstinência em curto prazo, a visão proposta pelo
ministério da saúde é anti-estigmatizante, com adesão voluntária ao tratamento.
O Sistema Único de Saúde (SUS) só começou a ofertar tratamento para
usuários de drogas e álcool em 2003, com base nas propostas da reforma
psiquiátrica, isto freou as longas internações em instituições psiquiátricas,
substituindo por redes de atendimento ambulatorial e hospitalar, preparados para
atender os pacientes fora do hospital, durante o período de internação hospitalar e
após sua alta, durante o período de desintoxicação.
Com o lançamento do Plano Emergencial de Álcool e Drogas (PEAD) em
2009, o tratamento de usuários de álcool e drogas ganhou atenção especial. O
plano soma ações dos Ministérios da Saúde, Desenvolvimento Social, da Justiça,
da Educação, do Esporte, da Cultura e do Gabinete de Segurança Institucional que
coordena a Secretaria Nacional Antidrogas (SENAD), somados são 15 órgãos
governamentais ligados ao plano 19 .
A explicação de Pedro G. Delgado, coordenador de saúde mental
do ministério da saúde, também mostra a importância do plano
emergencial de álcool e drogas, “essa integração é importante
porque o usuário de crack tem sérios problemas em relação à sua
rede de suporte social, à geração de renda, à relação com a família.
É preciso dar resposta a isso também e não só à dependência
química. Da mesma forma entram as ações de combate ao tráfico e
de segurança pública 20 ”.
Por mais que sejam apontadas as metas e ações para a recolocação social
dos dependentes de álcool e drogas, é preciso preparar a sociedade para receber e
apoiar estas pessoas, para que se possa chegar ao esperado em relação ao
tratamento.
18
19
20
Brasil. Ministério da saúde 2010 p. 25
Ibid p. 27 Loc. Cit.