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O grito da Amazônia
De 28 a 31 de outubro de 2013, aconteceu em Manaus (AM) o I Encontro da Igreja Católica na Amazônia
Legal, promovido pela Comissão Episcopal para a Amazônia (CEA), da Conferência Nacional dos Bispos do
Brasil (CNBB), que reuniu 160 participantes dos nove
estados da Amazônia Legal.
Além dos impactos das hidrelétricas, o encontro
discorreu sobre temas que afligem os povos ribeirinhos,
extrativistas, quilombolas e indígenas: a luta pela terra.
Tratou, também, do tráfico humano, já que a região é
uma das principais rotas para o tráfico internacional;
além do desafio da Pastoral Urbana.
Uma Igreja missionária – Padre José Cândido Cocaveli da Prelazia de Tefé (AM) foi enviado há 15 anos, pela
Diocese de São José do Rio Preto (SP), como missionário
leigo, descobriu sua vocação sacerdotal em meio à missão.
“Os pobres aqui na fronteira são esquecidos, ignorados
e não contados, não têm acesso digno à saúde, à educação
de qualidade”, revelou o padre, que procura compor os
Conselhos Municipais do Direito da Criança e o da Saúde,
para cobrar atuação mais firme do governo local.
Há dois anos na Prelazia de Tefé, a assistente social,
ex-prefeita de Campinas (SP), leiga missionária, Izalene
Tiene, atua em Tabatinga (AM), divisa entre Colômbia, Peru e Brasil, dedicando-se à juventude, educação
ambiental e formação de lideranças. “Em 2014, com a
Campanha da Fraternidade (CF), combateremos o tráfico humano, problema muito sério na região amazônica.”
Em sua atuação pastoral, dom José Luís Azcona Hermoso, bispo da Prelazia do Marajó (PA), vem denunciando a devastação ambiental e a pesca predatória na região, além da prostituição infantil e o tráfico de mulheres
da Prelazia para a Guiana Francesa e para a Europa. Por
esse engajamento, é ameaçado de morte.
Dom Azcona ressalta que o papel da Igreja, sobretudo com a CF 2014, é o de conscientizar as vítimas e toda
a população. “A atuação da Igreja ajuda a intimidar esses
poderosos chefões do tráfico”, enfatiza.
“Já perdi o medo! E vocês não tenham medo de
começar a defender, neste Brasil de corrupção, a justiça
e a verdade. Vocês vão correr perigo de morte e serão
perseguidos, mas a justiça e a verdade precisam ser defendidas”, convoca Dom Azcona.
Em trecho da carta conclusiva do I Encontro da Igreja
da Amazônia Legal, os participantes se mostram confiantes da presença de Jesus Cristo na ação pastoral e evangelizadora na região e convidam os que não professam
a fé católica a se unirem na defesa da dignidade e dos
direitos humanos dos povos da Amazônia.
Nota: Para ter acesso ao texto na íntegra acesse: clube.cancaonova.com
Texto: Karla Maria e Osnilda Lima
Fotos: José Altevir
Revista Canção Nova JANEIRO 2014
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