Arte
Apê
multifuncional
Misto de casa, galeria, ateliê e espaço para eventos,
a apArt, em São Paulo, reverencia a arte em todas as suas
formas e ajuda a divulgar o trabalho de novos talentos
POR
MARCELO CAMACHO
G
aleria de arte? Espaço para eventos?
Palco de performances? Ateliê? Apartamento descolado? A apArt Private
Gallery é tudo isso. Instalado em um
imóvel de 350 metros quadrados num prédio residencial de 1953 no bairro Jardins, em São Paulo,
o lugar abriga, sim, uma galeria de arte. Mas é
também todas as outras coisas, inclusive a casa de
Thais Marin e Leo Macias, idealizadores do projeto.
Funciona assim: a galeria propriamente dita
ocupa um cômodo envidraçado de 30 metros
quadrados integrado à imensa sala de estar. As
mostras em cartaz podem ser visitadas pelo
público após agendamento feito pelo site da apArt.
Mas quem vai não resiste a dar uma espiadinha no
restante do imóvel, cheio de outras obras de arte.
Já nas noites de vernissage, geralmente incrementadas por pocket shows ou leituras de poesia, o
local ganha vida com até 200 convidados.
A ideia do projeto surgiu quando o publicitário
e artista plástico colombiano Leo Macias reformava
o apartamento para que funcionasse também como
seu ateliê. Porém, durante uma viagem a Berlim, ele
conheceu a galeria do colecionador Christian Boros,
um antigo bunker da 2ª Guerra Mundial transformado em espaço de exposições e em sua residência.
Foi então que vislumbrou o futuro de seu lar.
Após ser inaugurada, em 2013, a apArt virou
uma lançadora de talentos, muitos deles amigos do
casal. Com o tempo, outros artistas foram surgindo.
“A maioria está em começo de carreira e nem sabe
por onde começar a expor. A apArt está aqui para
ajudá-los”, explica a também publicitária Thais, que
promove ainda uma espécie de democratização da
arte ao alugar trabalhos a serem expostos em eventos
ou festas. Há exemplares do pintor e escultor Alex
Flemming, dos fotógrafos Gustavo Lacerda, Mauro
Phazan e Gustavo Zylbersztajn, entre outros. O preço
médio é de 5% do valor da obra, para o prazo de um
mês de aluguel. Caso o cliente opte por comprá-la
depois, o casal cobra os 95% restantes.
A apArt também está preparada para hospedar,
literalmente, artistas. Eles podem morar lá por um
tempo (há um enorme quarto de hóspedes), desenvolver trabalhos e expor na galeria. Como se fosse um
Airbnb artsy. Essa residência ainda não foi posta em
prática, mas a estrutura está pronta. Por enquanto,
só mesmo Leo cria no espaço, como era a ideia inicial
durante a reforma. “Quando a galeria está ocupada
com mostras ele usa o resto da casa. Suja o meu chão,
faz a maior bagunça”, diverte-se Thais.
Fotos: Gustavo Flauzino; Divulgação
Thais Marin e Leo
Macias na porta de
entrada da apArt
134 A Z U L M A G A Z I N E A G O STO 2016
Highlights_ApART.indd 134
7/19/16 8:18 PM