Revista Arte e Design Revista Arte e Design - Tarsila | Page 26

26 Social 27 Veremos a dificuldade da artista com a queda da bolsa de Nova York e como afetou sua personalidade nas pinturas querendo retratar a realidade brasileira. Texto por: Gabriela Bueno A situação económica no Brasil não es- tava muito boa após a quebra da bolsa de valores de Nova York. A família de Tarsila foi afetada por essa crise, o seu pai perdeu muito dinheiro fazendo com que vendesse as fazendas para pagar parte das dívidas, devido à crise do café no país. As viagens de Tarsila para a Europa di- minuíram, além dos problemas financei- ros, sofria problemas com o seu casamen- to, agora com essas dificuldades, teria que passar mais uma vez pela humilhação de uma separação no casamento, sendo bem difícil para ela e para a sua família. Os seus pais deram apoio e consolo. A pintora fez uma exposição em Moscou (1931), e depois dessa viagem participa de várias reuniões do partido comunista com o seu namorado da época, o médico Osório César. Abalada com a causa operária no mundo e principalmente no brasil pintou a obra “Operários” em 1993, a primeira com a marca social do brasil. Pintou também “Segunda Classe” no mes- mo ano mostrando a realidade atual no país e a grande crise difícil que passava, e revelava o cuidado com a população, o tra- balhador, as crianças e as fábricas mostran- do o caráter social. “Minha tela mais importante é Operários. Fiz tudo a partir de fotografias e da memória visual de algumas pessoas que conhecia.” Tarsila do Amaral em entrevista a Paulo Portela. SEGUNDA CLASSE, 1933, óleo sobre tela, 110x151 cm. Coleção particular, SP. Outra tela da fase social da pintora. Ela mesma contou que certa vez chegou de viagem na Estação de trem e viu uma família muito pobre descendo do trem do vagão da segunda classe, todos descalços, muito simples e com feições tristes. Esta cena ficou gravada em sua mente e posterior- mente Tarsila fez esta obra. OPERÁRIOS, 1933, óleo sobre tela, 150x205 cm. Acervo Artístico- Cultural dos Palácios do Governo do Estado de São Paulo. Pintura emblemática da arte brasileira. Foi a primeira com a conotação social tão explícita. Depois de uma viagem para Moscou, onde fez uma Exposição em 1931, Tarsila voltou sensibilizada com a causa operária e pintou esta obra. Alguns rostos são de pessoas conhecidas como o arquiteto Warchavchik, a dançarina Elsie Houston e o empregado de seu pai, o negro no centro do quadro, Benedito Sampaio. Texto e imagens retiradas do site da Tarsila oficial tarsiladoamaral.com.br