Revista Arte e Design Revista Arte e Design - Tarsila | Page 24
ABAPORU, 1928, óleo sobre tela,
85x73 cm. Museo de Arte Latinoamer-
icano de Buenos Aires – Fundación
Costantini, Buenos Aires, Argentina.
Em janeiro de 1928 Tarsila deu de
presente ao seu marido, o escritor
Oswald de Andrade, uma obra para
impressioná-lo. Muito empolgado
disse que era o melhor quadro que
ela já tinha feito e o batizaram com as
palavras indígenas ‘Aba’, que significa
homem e ‘poru’, que é o homem que
come carne humana. Abaporu signifi-
ca o antropófago. Em seguida Oswald
escreveu o Manifesto Antropófago e
iniciou o Movimento Antropofágico
inspirados na obra. Este é o quadro
mais importante da arte brasileira.
O SAPO, 1928, óleo sobre tela, Museu
de Arte Brasileira – FAAP SP, SP.
O elemento do sapo presente nesta obra
já foi assunto de outro quadro impor-
tante da artista, A Cuca de 1924. Mas
aqui, a figura é o personagem princi-
pal, em um mundo de fantasia. Ele olha
com ingenuidade e alegria para a en-
trada de um grande túnel, com cactos
plantados em cima. Mais intrigante é
a sombra da luz que vem por trás do
sapo e que o ilumina, mas não ilumina
igualmente as plantas de cima. Aliás
a iluminação da parte de cima é com-
pletamente diferente da parte de baixo.
Devaneios da artista.
COMPOSIÇÃO (Figura só), 1930, óleo sobre tela, 83x129 cm.
Instituto São Fernando RJ.
Tela que passa uma certa melancolia, pela figura que aparece só, como o subtítulo
do quadro já diz, com os cabelos longos e voando soltos, aparentando um olhar
para o infinito. Foi uma época da vida de Tarsila que ocorreram sérias mudanças
sentimentais, com a separação de Oswald de Andrade, e também de ordem
financeira, com a crise da bolsa de Nova Iorque.
A LUA, 1928, óleo
sobre tela, 110x110 cm.
Coleção Particular SP.
A fase da obra de Tarsila
iniciada com a pintura do
Abaporu foi intitulada
de Antropofágica. Este
quadro é também desta
fase. Podemos observar
elementos da natureza
como a lua e o cacto pin-
tados de maneira estiliza-
da, assim como o resto da
composição, onde o céu e
a planície parecem son-
hos e devaneios.
Texto e imagens retiradas do site da Tarsila oficial
tarsiladoamaral.com.br