Revista Arte e Design Revista Arte e Design - Tarsila | Page 16

16 17 Início do Cubismo Aqui veremos mais uma etapa das obras de Tarsila onde o cubismo foi muito importante e essencial para ela ingressar na modernidade. Texto por: Gabriela Bueno No ano de 1923 Tarsila estava em Paris e passou uma boa parte do tempo lá com seu namorado Oswald de Andrade, as viagens a vapor eram bem populares na época, seu pai era o maior apoiador para suas viagens pelo mundo. Foi lá que ela estudou com o mestre cubista Fernand Léger, onde aprendeu várias técnicas no- vas e fez o seu quadro mais popular “A negra”. Ela mostrou para seu professor a obra. Léger ficou impressionado e entusi- asmado com a pintura, até mesmo cham- ou outros alunos para apreciar a obra fei- ta por Tarsila. A obra “A negra” tem uma forte conexão com sua infância na fazenda e no Brasil, pois, as negras eram filhas de escravos e que cuidavam das crianças, e quase sem- pre eram usadas de amas de leite. Com essa obra Tarsila conseguiu entrar para a história da arte moderna brasileira, ab- rindo caminho para outras mulheres in- centivando as a entrar no mundo da arte. A artista estudou também com grandes mestres cubistas, como Lhotd e Gleizes. Tarsila fez grandes amizades e conheceu outros pintores e músicos, como o com- positor Villa Lobos. Ela gostava de fazer almoços bem bra- sileiros para seus convidados em seu at- eliê, como feijoada e sempre havia caip- irinha à vontade. Sempre se vestia com as melhores roupas da época de grandes costureiros, como Paul Poiret e Jean Pa- rou, ela era uma mulher da modernidade e fora dos padrões. Mas ela não estava muito feliz com o esti- lo cubista isso ficou claro com a carta que escreveu para sua amiga Anitta Malfatti e que logo depois em Paris teve os seus primeiros contatos com a modernidade na arte francesa. “A obra “A negra” tem uma forte conexão com sua infância na fazenda e no Brasil, pois, as negras eram filhas de escravos e que cuidavam das crianças...” A NEGRA, 1923, óleo sobre tela, 100x80 cm. Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo, SP. Este quadro conferiu a Tarsila um lugar pioneiro na arte brasileira. Pela primeira vez um negro foi mostrado com tal destaque e força. O grande me- stre francês Fernand Léger, professor de Tarsila na época, quando viu a obra, ficou fascinado e quis que todos os seus alunos a vissem também. Texto e imagens retiradas do site da Tarsila oficial tarsiladoamaral.com.br