Revista Amooreno Edição 04 - MAI/2018 | Page 42

DRAGÃO FASHION BRASIL 2018 Criado em 1 999 e idealizado por Cláudio Silveira, em Fortaleza, no Ceará, tem como principal missão, servir de celeiro de novos talentos e uma plataforma de lançamento para estilistas e marcas comprometidas com uma visão mais autoral da moda. Com o tempo, o DFB assumiu sua vocação multicultural, passando a abraçar outros segmentos que utilizam a moda como fio condutor: cultura, gastronomia e saberes através de ações parceiras, oferece ao público em geral, oficinas, cursos, workshops, palestras, intercâmbio de profissionais, shows abertos e performances multiculturais. Em 201 8, o evento trouxe para o espaço Dragão Pensando Moda o universo do homem e a participação brasileira em eventos de moda e design internacionais. O designer Mario Queiroz apresentou inicialmente o projeto “Homem Brasileiro 360º” que discute as tendências de consumo voltadas ao mercado masculino, traçando um panorama geral do projeto mostrando que o Dragão Fashion Brasil também pensa moda para todos os gêneros acercando visões de mercado, imagem e tendências. E para trazer as experiências de caminhos que a moda autoral cearense podem levar para o mundo afora, foram convidados para a conversa criativa o designer David Lee, que também foi aluno do curso de Desenho de Moda do Senac/CE e integra o line-up do Dragão Fashion Brasil, Érico Gondim, também designer com especialidade em Design de Produto e Espaços com trabalhos expostos em Londres e Milão, Mário Queiroz consultor de moda e idealizador do projeto “Homem Brasileiro” e Eveline Vale que anunciou uma série de parcerias junto ao Senac no intuito de stimular mais talentos como David que vai representar o Brasil no International Fashion Showcase (IFS), um festival de designers emergentes em Londres, a iniciativa é organizada pelos British Council e British Fashion Council. O festival foi previamente apresentado pelo mediador da conversa criativa, Eduardo Motta que apresentou a estrutura do projeto, processo de seleção dos designers que são submetidos a uma análise criteriosa de curadores e a importância dele para o estímulo da criação de moda autoral no país, destacando a figura do designer David Lee como um nome forte deste segmento promissor e um exemplo do que a moda trazida pelo Dragão Fashion Brasil pode ser representativa no cenário local, nacional e 42 - REVISTA AMOORENO - MAIO 2018 internacional. O espaço também trouxe a consultora de moda e jornalista Danielle Ferraz para um bate papo sobre moda, imagem e como se reconhecer dentro deste universo utilizando a própria aceitação de quem se é, e utilizando das ferramentas que a moda dispõe para reafirmar o seu próprio estilo, um elemento-chave para a autoestima num contexto onde as ideias e imagens de moda estão em constante evolução. Também recebeu os designers à frente da marca Flee, que se apresentaram no line-up do DFB201 8, Itiana Pasetti à frente da Revoada, um coletivo que busca pesquisar novos materiais a partir de resíduos descartados irregularmente como câmaras de pneus e Gabriela Mazepa fundadora do Re-Roupa, uma iniciativa que também visa a produção de novas peças à partir de itens de descarte como retalhos e roupas com pequenos defeitos. A conversa criativa, mediada por Eduardo Motta rendeu bons debates, desde a necessidade de rever a cadeia produtiva de moda no que se refere ao aproveitamento de resíduos que são descartados até mesmo a ideia de reconhecer uma identidade de moda genuinamente brasileira onde exemplos de práticas que mesclam elementos culturais do nosso país são incorporados em coleções de reconhecimento nacional sendo citados para que se pudesse reconhecer a amplitude de nossas culturas e como elas podem se somar para edificar os caminhos da moda autoral, bandeira do Dragão Fashion Brasil. A conversa também perpassou ao futuro desta cadeia produtiva onde forma apontados os principais desafios para que novos designers e novas propostas visuais sejam amplamente discutidas e fomentadas no sentido de espelhar para o mundo uma moda cem por cento brasileira, desde o desfile até a produção comercial.