Revista Amooreno EDIÇÃO 15 - ABR19 | Page 26

Economia Circular 2,6% do total produzido no Brasil em 201 3. O Rio de Janeiro se destaca no mercado de trabalho criativo, reunindo 1 07 mil trabalhadores fluminenses atuando neste setor. Estes profissionais possuem participação significativa no total do mercado de trabalho da economia criativa no estado, com um percentual de 2,3%, superior à média nacional, que é de 1 ,8%.É um consenso que o estilo de vida promovido pela economia linear com que estamos acostumados tem mostrado efeitos colaterais muito nocivos para a sociedade, como poluição, desmatamento, empobrecimento dos solos férteis, esgotamento dos recursos naturais finitos, redução da biodiversidade e alterações globais no clima, por exemplo. Enquanto a maioria da indústria conta com recursos tangíveis e palpáveis, como petróleo, aço e bens naturais, a economia criativa é calcada em recursos infinitos e subjetivos, como conhecimento e experiências. A grande diferença da economia criativa para os outros modelos é a utilização de recursos comuns a todos nós, como inteligência, criatividade e colaboração, para conectar experiências únicas e gerar valor cultural, social, ambiental e financeiro. Se antes a palavra de ordem era competitividade, hoje é co-criação. Assim, ao estimular a confiança e a colaboração com base nos potenciais individuais, as economias criativa e circular mostram-se como um caminho para um futuro mais consciente e com desenvolvimento social. Dentre outras iniciativas, formulação e implementação de políticas voltadas para a valorização e apoio neste cenário, encontra-se o Programa InovAtiva Brasil, onde trinta (30) empresas inovadoras são selecionadas para participar de um ciclo de capacitação e mentoria especial, o InovAtiva de Impacto Socioambiental. O ciclo de aceleração é voltado exclusivamente para startups que possuam o potencial de gerar lucro e, ao mesmo tempo, resolvem um problema social ou ambiental.Os consumidores querem ser mais sustentáveis, mas precisam de ajuda e educação para fazerem melhores escolhas. Os varejistas, precisam entender o seu papel, como comunicadores e facilitar a linguagem e entendimento da circularidade como ferramenta de mudança. Com um maior conhecimento dos clientes, as empresas 26 - REVISTA AMOORENO - ABRIL 2019 devem ficar atentas ao greenwashing, pois eles não irão tolerar serem enganados. Comunicar o que de fato é feito é extremamente importante, até mesmo comunicar que é praticamente impossível a reciclagem de 1 00% dos tecidos, por exemplo.Estar atento às mudanças, facilitar a comunicação, se questionar sobre os desejos, anseios e necessidades do consumidor é o papel das marcas que querem projetar um futuro no mercado de moda atual. Pensar em como a circularidade será possível e como incluir isso em sua empresa é a base para os antigos e novos negócios. Entender como será a longevidade do produto, o preço de revenda e como isso irá impactar o consumidor, são questionamentos diários e que fazem parte desse desejo e necessidade de mudança. Está mais do que na hora de parar para pensar em como a sua marca pode participar disso. Para quem quiser saber mais sobre economia circular a Fundação Ellen MacArthur tem feito um trabalho exemplar em muitos setores. Suas inúmeras publicações nos dão uma base claríssima das possibilidades deste novo sistema, inclusive com estudos sendo iniciados na área de moda. No Brasil, temos a Exchange 4 Change fazendo um trabalho voltado exclusivamente para nosso país, que acaba de lançar o primeiro livro em português sobre o tema. Leitura fundamental também são os livros Cradle to Cradle, The Upcycle e ainda Waste to Wealth que, apesar de não serem específicos para a moda, nos abrem o olhar para uma visão holística e sistêmica de nossas ações. O site da ES ainda tem uma biblioteca onde atualiza regularmente publicações do Brasil ou traduzidas sobre o assunto.