Economia Circular
2,6% do total produzido no Brasil em 201 3. O Rio
de Janeiro se destaca no mercado de trabalho
criativo, reunindo 1 07 mil trabalhadores
fluminenses atuando neste setor. Estes
profissionais possuem participação significativa no
total do mercado de trabalho da economia criativa
no estado, com um percentual de 2,3%, superior à
média nacional, que é de 1 ,8%.É um consenso
que o estilo de vida promovido pela economia
linear com que estamos acostumados tem
mostrado efeitos colaterais muito nocivos para a
sociedade, como poluição, desmatamento,
empobrecimento dos solos férteis, esgotamento
dos recursos naturais finitos, redução da
biodiversidade e alterações globais no clima, por
exemplo. Enquanto a maioria da indústria conta
com recursos tangíveis e palpáveis, como
petróleo, aço e bens naturais, a economia criativa
é calcada em recursos infinitos e subjetivos, como
conhecimento e experiências. A grande diferença
da economia criativa para os outros modelos é a
utilização de recursos comuns a todos nós, como
inteligência, criatividade e colaboração, para
conectar experiências únicas e gerar valor cultural,
social, ambiental e financeiro. Se antes a palavra
de ordem era competitividade, hoje é co-criação.
Assim, ao estimular a confiança e a colaboração
com base nos potenciais individuais, as
economias criativa e circular mostram-se como um
caminho para um futuro mais consciente e com
desenvolvimento social. Dentre outras iniciativas,
formulação e implementação de políticas voltadas
para a valorização e apoio neste cenário,
encontra-se o Programa InovAtiva Brasil, onde
trinta (30) empresas inovadoras são selecionadas
para participar de um ciclo de capacitação e
mentoria especial, o InovAtiva de Impacto
Socioambiental. O ciclo de aceleração é voltado
exclusivamente para startups que possuam o
potencial de gerar lucro e, ao mesmo tempo,
resolvem um problema social ou ambiental.Os
consumidores querem ser mais sustentáveis, mas
precisam de ajuda e educação para fazerem
melhores escolhas. Os varejistas, precisam
entender o seu papel, como comunicadores e
facilitar a linguagem e entendimento da
circularidade como ferramenta de mudança. Com
um maior conhecimento dos clientes, as empresas
26 - REVISTA AMOORENO - ABRIL 2019
devem ficar atentas ao greenwashing, pois eles
não irão tolerar serem enganados. Comunicar o
que de fato é feito é extremamente importante, até
mesmo comunicar que é praticamente impossível
a reciclagem de 1 00% dos tecidos, por
exemplo.Estar atento às mudanças, facilitar a
comunicação, se questionar sobre os desejos,
anseios e necessidades do consumidor é o papel
das marcas que querem projetar um futuro no
mercado de moda atual. Pensar em como a
circularidade será possível e como incluir isso em
sua empresa é a base para os antigos e novos
negócios. Entender como será a longevidade do
produto, o preço de revenda e como isso irá
impactar o consumidor, são questionamentos
diários e que fazem parte desse desejo e
necessidade de mudança. Está mais do que na
hora de parar para pensar em como a sua marca
pode participar disso. Para quem quiser saber
mais sobre economia circular a Fundação Ellen
MacArthur tem feito um trabalho exemplar em
muitos setores. Suas inúmeras publicações nos
dão uma base claríssima das possibilidades deste
novo sistema, inclusive com estudos sendo
iniciados na área de moda. No Brasil, temos a
Exchange 4 Change fazendo um trabalho voltado
exclusivamente para nosso país, que acaba de
lançar o primeiro livro em português sobre o tema.
Leitura fundamental também são os livros Cradle
to Cradle, The Upcycle e ainda Waste to Wealth
que, apesar de não serem específicos para a
moda, nos abrem o olhar para uma visão holística
e sistêmica de nossas ações. O site da ES ainda
tem uma biblioteca onde atualiza regularmente
publicações do Brasil ou traduzidas sobre o
assunto.