Revista Amooreno EDIÇÃO 13 - FEV19 | Página 8

A sustentabilidade tem transformado a indústria da moda na última década. Ao mesmo tempo em que expõe o trabalho sujo que acontece no mercado, ela incentiva mudanças e divulga informações necessárias para as transformações. Infelizmente foram necessários alguns desastres como o Rana Plaza para realmente acender a luz vermelha no mundo sobre esse assunto. Mais recentemente, após o escândalo da Burberry e notícias como a de que a indústria da moda contribui mais para a poluição do que a indústria de aviação, cada vez mais marcas e até cidades têm se comprometido a lutar com seriedade contra a destruição do meio ambiente e contra o trabalho injusto. Paris acaba de dar o exemplo com seus planos de se tornar a capital de moda sustentável no mundo. A iniciativa leva o nome de Paris Good Fashion e irá implementar, nos próximos cinco anos, os passos que convoca a indústria para práticas mais conscientes. Seu apogeu vai coincidir com os Jogos Olímpicos 2024, que também acontece em Paris. “Nosso papel é encorajar a criatividade enquanto lutamos contra as mudanças climáticas; continuar a produzir na França ao mesmo tempo em que protegemos nossos recursos naturais; e desenvolver a indústria ao mesmo tempo em que cuidamos de nossos artesãos”, disse Antoinette Guhl, responsável pela Economia Social e Solidária. “É nossa missão inventar um novo futuro para a moda”. A ideia é formar uma comunidade aberta que vai reunir profissionais de moda, marcas, empresários, designers e especialistas que irão trabalhar juntos para estabelecer um roteiro de ações. A prefeitura de Paris, a Fédération de la Haute Couture et de la Mode, a plataforma criativa Eyes on Talent, a fundação Ellen MacArthur (que promove a economia circular) e a incubadora Les Ateliers de Paris fazem parte da iniciativa que já tem o apoio do grupo LVMH e das Galerias Lafayette. Os membros do comitê focarão seus esforços em três temas: a criação de uma economia circular, a melhora do fornecimento e da rastreabilidade e o trabalho em cima de tornar alguns processos mais sustentáveis, como distribuição, energia e comunicação. A primeira parte desse roteiro será divulgada em junho em um evento que inclui conferências e um prêmio para design inclusivo, em parceria com a France Handicap. 8 - REVISTA AMOORENO - FEVEREIRO 2019