Revista Amooreno Edicão 08 - SET18 | Page 19

No anonimato das grandes cidades, um padrão de beleza se tornou o principal passaporte de diferenciação e afirmação. Nunca fomos tão exibidos. E nem tão deprimidos e ansiosos. O padrão de beleza tomou o lugar da alma no centro dos cuidados. Gordura é sinal de passividade. Rugas também. Imperdoável para um tempo em que ser ativo é a norma. Com a revolução digital, qualquer um produz e divulga o seu próprio editorial de moda e beleza. Não preciso dizer que estamos nos exibindo o tempo todo, e nas vitrines das redes sociais, contabilizamos cada clique de aprovação, cada curtida. Hoje somos governados pela ideia de que é preciso ser bem-sucedido em tudo, de que somos empresários de nós mesmos e não podemos, de maneira nenhuma, falhar, inclusive na gestão do nosso próprio corpo. Mas, para muitos, cai a ficha de que magreza e felicidade não são sinônimos. E, de repente, todos os sacrifícios, todo o tempo perdido e todo o dinheiro investido em perder peso deixam de fazer sentido. Os padrões existem? Sim. Mas as regras nasceram para ser quebradas, sobretudo, agora, que as diferenças se impõem. E existe algo novo no mundo da moda, basta olhar para algumas das principais campanhas atuais, que buscam incorporar e dar visibilidade à diversidade e etnias. Portanto, o novo, não é tão novo assim. Esse movimento, obviamente, não acontece à toa. Jared Leto SETEMBRO 2018 - REVISTA AMOORENO - 19