Revista Amooreno Edicao 07 - AGO2018 | Page 25

As três características do profissional servem como um importante norte para os profissionais que estão no mercado de trabalho da moda atualmente, e para os que virão no futuro. Mas existem outras habilidades que começam a despontar como importantes para o mercado. Esses profissionais terão que saber que vão atuar em sistemas ciber-físicos, ou seja, que o fluxo de produção, o fluxo de materiais e a montagem dos produtos da fábrica inteligente serão feitos tanto no mundo real quanto no mundo virtual. Essa nova realidade trará mudanças ns funções e nas responsabilidades dos profissionais. Entre as alterações previstas estão mudanças nos conteúdos das tarefas na organização do trabalho, virtualização de processos e sequências de trabalho e aumento da flexibilidade das horas de trabalho. Já entre as habilidades e conhecimentos profissionais desejados para essa nova realidade estão: a identificação, a análise, a interpretação e a utilização de dados pelo profissional para eliminar gargalos do processo produtivo; a integração de componentes e módulos em sistemas de comunicação mais complexos; a parametrização de ordens de produção; o suporte a sistemas híbridos. Outras mudanças estão relacionadas com a necessidade cada vez maior de qualificação profissional; a busca por profissionais com habilidades para solução de problemas complexos e para a tomada de decisão; o aumento da necessidade de auto- organização e autodirecionamento dos profissionais; a necessidade de capacitação permanente; o aumento da mobilidade dos profissionais, tanto em termos de tempo quanto de localização. O futuro não está próximo, ele já chegou, ao menos quando falamos sobre o quarto degrau da evolução da indústria global. Tecnologias que antes pareciam integrar o imaginário de fãs de ficção científica já estão presentes no dia a dia das pessoas e de muitas empresas. A indústria da moda faz parte dessa realidade e também está mudando por influência dessas tecnologias. Países como Alemanha, Estados Unidos, Japão e China avançam a passos largos com estudos e a adoção das tecnologias da Indústria 4.0. O Brasil está trilhando esse caminho também, com estudos liderados pelo governo federal, a CNI (Confederação Nacional das Indústrias) e o Senai. O marco legal sobre o trabalho conjunto em piso de fábrica feito por trabalhadores e por robôs ainda está sendo debatido em solo brasileiro, mas diversas empresas já estão adotando algumas das tecnologias que fazem parte da Indústria 4.0 e que não precisam de uma legislação específica. As empresas da indústria têxtil e do vestuário que já começaram a implantar o modelo de fábricas inteligentes estão colhendo resultados expressivos, tanto de produtividade quanto de aumento da qualidade dos produtos, com entregas mais rápidas e personalizadas de produtos, redução e otimização de custos. As indústrias que atuam no setor da moda também estão vivendo um momento diferenciado com a adoção dessas tecnologias. Agora, elas conseguem responder às demandas e necessidades de seus públicos de forma muito mais dinâmica e afinada com os novos tempos de consumidores mais exigentes e preocupados com a sustentabilidade. As mudanças vivenciadas pela indústria nessa nova fase mal começaram e prometem revolucionar muito ainda o modo de produzir no mundo. Para responder aos novos tempos, os profi ssionais estão se qualificando e procurando desenvolver habilidades que antes não eram consideradas vitais. Agora, e no futuro a curto e médio prazo, os profissionais que atuam na indústria, inclusive da moda, deverão levar a sério alguns princípios, como ter atitude para mudar e para propor soluções para as suas empresas, buscar formação e conhecimento multidisciplinar e trabalhar em equipe e em rede. Também será fundamental que esses profissionais tenham interesse em conhecer mais sobre as novas tecnologias e como as suas empresas poderão aplicá- las para conseguir melhores resultados nos negócios e na relação com os seus clientes. O futuro já chegou, mas a preparação dos profissionais para lidar com ele terá que ser permanente. AGOSTO 2018 - REVISTA AMOORENO - 25