Revista Advocacia Edição nº 01, ano I | Page 19

DEFENSOR DE BOAS CAUSAS Presidente da 2ª Subseção coordena movimento de união da classe, luta por prerrogativas e melhores oportunidades de qualificação Em sua trajetória profissional, o advogado Adílio Do- mingos dos Santos Neto, atual presidente da 2ª Subse- ção da OAB-ES, se notabilizou pela rápida ascensão e o comprometimento com valores caros a Ordem dos Advogados do Brasil. Formado em 2009 pela Faculda- de de Direito de Cachoeiro de Itapemirim passou a in- tegrar no ano seguinte a Comissão de Advogados em Início de Carreira da OAB Cachoeiro, presidindo-a até 2013. Do período posterior até 2014 contribuiu com a Comissão Estadual de Direitos e Prerrogativas. A atua- ção rendeu-lhe convite, em 2015, para compor a dire- toria do então candidato Robson Louzada Teixeira na condição de “diretor tesoureiro”. Ocupou o cargo na gestão passada e, no último ano, lançou sua bem-su- cedida candidatura a presidente encabeçando a Cha- pa “Avante OAB”. Eleito, tomou posse para o triênio 2019/2021 no mês de janeiro deste ano defendendo a importância das prerrogativas profissionais e a auto- nomia das subseções. A seguir, os principais trechos de sua entrevista. A gestão é nova. Já é possível avaliá-la? Creio que o balanço do primeiro semestre foi positivo. A gestão é nova, apesar de pessoalmente vir da dire- toria do Dr. Robson, mas mantivemos alguns conse- lheiros da equipe anterior, porque acredito que não se deve desperdiçar experiência. Para ilustrar, a 2ª Subse- ção tem, por exemplo, a incumbência de instruir o pro- cesso ético-disciplinar, previsto nos artigos 70 a 74 da Lei nº 8.906. Considerada a responsabilidade torna-se relevante conservar profissionais que possuam profun- do conhecimento da matéria. Mantivemos alguns com- ponentes, todavia ao mesmo tempo inovamos. Minha primeira providência ao tomar posse foi instituir comis- sões. Temos doze. Nestas colocamos advogados para atuarem em suas áreas temáticas. Por quê? Porque um grupo de dezoito pessoas não consegue alcançar facil- mente 1.600 profissionais. É necessário delegar atri- buições e criar uma espécie de rede interligada porque as relações profissionais, assim como as pessoais, são dinâmicas, não “transitam em julgado”. Temos metas estipuladas e reuniões mensais com nosso Conselho e Diretoria. Queremos manter o que foi conquistado e realizar aquilo que ainda precisa ser feito. Não é fácil trazer palestrantes de fora. Cachoeiro de Itapemirim não tem aeroporto. Mas dispomos no pré- dio da subseção de uma antena instalada da Associa- ção de Advogados de São Paulo (AASP) e, por meio de um convênio, montamos turmas e retransmitimos cursos ao vivo todo mês em nosso auditório. Creio que a defesa das prerrogativas e os investimentos em qualificação são o ponto chave para o pleno exercício profissional. Cachoeiro de Itapemirim conta com três institui- ções dedicadas ao ensino do direito. Como tem sido o diálogo com o futuro advogado que sairá destas faculdades? A 2ª Subseção possui uma comissão dedicada aos jo- vens advogados, a Comissão OAB Jovem. Trata-se de um comitê destinado a receber profissionais com até cinco anos de inscrição. Veja que a jovem advocacia não se caracteriza pela idade do profissional, mas sim por seu tempo de inscrição na Ordem. Por intermédio desta comissão temos desenvolvido trabalhos desti- nados a este público, visitando as faculdades e man- tendo diálogo com as instituições. Já estive este ano pessoalmente nas três e quero ampliar esse contato. Pretendemos fazer, por exemplo, rodízio de eventos na FDCI, Multivix e São Camilo. Tencionamos não so- mente prestigiar, mas levar a OAB para o meio acadê- mico nas três faculdades. Qual a realidade da atenção dispensada pela 2ª Subseção aos municípios que fazem parte da sua área de abrangência? A 2ª Subseção compreende uma microrregião forma- da por Cachoeiro de Itapemirim, Atílio Vivácqua, Mi- moso do Sul, Muqui e Vargem Alta. Destes cinco ape- nas Muqui não conta com sala de apoio à advocacia por uma questão de espaço físico no fórum local. Te- nho procurado ir a estes municípios. Já me reuni com advogados de praticamente todos. Marcamos uma data, fizemos uma espécie de audiência pública e dis- cutimos temas como a advocacia dativa e a defesa das prerrogativas. A defesa das prerrogativas é uma bandeira opor- Qual o feedback obtido das reuniões nestes mu- nicípios? tuna? Uma das nossas promessas no período eleitoral foi jus- tamente a defesa das prerrogativas. O entendimento da atual diretoria e conselho é que “com prerrogativa não se transige nem negocia”. As prerrogativas são a arma que o advogado e, sobretudo, o cidadão tem para exer- cer sua cidadania e acessar o Poder Judiciário. Bater às portas do Estado não é fácil. Tem-se a figura ilustrativa do cidadão pequenininho contra um aparato estatal gi- gantesco. Então as prerrogativas têm que cumprir esse papel; não transigimos. Mas não queremos que nossa marca restrinja-se a defesa das prerrogativas porque as relações da advocacia vão muito além. Temos uma preocupação igualmente grande com a qualificação. Tem sido positivo. Os advogados comparecem, apre- sentam propostas. Além disso, participo dos grupos de WhatsApp da advocacia em todos. Também temos conselheiros eleitos de Mimoso do Sul, Muqui e Var- gem Alta. Entendemos, por exemplo, que era neces- sário ter uma representante de Mimoso porque este é o município mais distante da 2ª Subseção. Com a ajuda da conselheira Lirie de Oliveira Prúcoli nós es- tamos trabalhando para assegurar que os advogados da comarca tenham condição de exercer seu trabalho com dignidade. Sob esta perspectiva posso dizer que temos conseguido cumprir nossos objetivos. Reco- nheço, no entanto, que ainda há muito a fazer. ADVOCACIA 19