ABREVIS em revista
A falta de mão-de-obra e a mais
iminente aventura brasileira
T
oda a sociedade brasileira prepara-se para recepcionar vários eventos esportivos internacionais que abrirão, ainda mais, as portas do país para turistas e amantes de esportes de todo o mundo. Claro, a segurança privada
também está envolvida nesses preparativos e muito empenhada para que
tudo funcione da melhor forma possível.
É um grande passo para nós. Abrir-se-ão várias oportunidades que deverão permanecer após o evento, como a proteção dos estádios de futebol e outras instalações que
deverão ser passada à iniciativa privada. Mais empregos surgirão e mais capacitação
profissional também, uma vez que cursos específicos estão sendo criados para proporcionar mais qualidade no desempenho operacional dos vigilantes nesses grandes
eventos.
José Jacobson Neto
Presidente da ABREVIS
Tudo isso, é muito bom. Trará muitos dividendos e nós estamos felizes em participar
de eventos dessa magnitude. Mas outras coisas igualmente importantes tem acontecido e necessitam da nossa atenção. Uma delas são os desmandos da Justiça do Trabalho. Sim, continuamos com esse tema por se tratar de matéria urgente a ser abordada,
debatida e solucionada em nosso meio.
Não é fácil ser empresário nesse país. Além da abusiva carga tributária, da concorrência desleal, do emaranhado de leis que regem nossa atividade, ainda somos vistos
como lesadores da mão-de-obra, e não como geradores de emprego e de renda. É quase um castigo ser empresário brasileiro.
Victor Saeta de Aguiar
Diretor da ABREVIS
Não devemos esquecer que é o emprego que gera a qualidade de vida para o cidadão. O Brasil tem caminhado a passos largos para a tranquilidade social por causa da
queda do desemprego e, atualmente vemos a demanda aumentar ainda mais em busca
de profissionais competentes. Podemos observar que não faltam placas oferecendo
vagas nas fachadas de muitas empresas. Há falta de mão-de-obra e ainda mais de mão-de-obra qualificada. Essa situação aliada à ineficiência da CLT que gera possibilidades
quase infinitas de ganhos indevidos na Justiça do Trabalho em causas absurdas, se for
somada às diversas Bolsas assistenciais ofertadas pelo Governo geram uma situação
limite para as empresas. Todas sofrem com a falta de profissionais e ainda tem que
se sujeitar a pagar quantias exorbitantes (e questionáveis) em indenizações nas Varas
Trabalhistas.
É uma situação perigosa! Enquanto vivemos um verdadeiro “apagão” da mão-de-obra, o país aventura-se a sediar eventos de grande magnitude. Claro que, no final, o
esforço e a garra do empresariado brasileiro dará conta do recado, mas a que preço?
Talvez um crescimento mais sustentável e menos movido por eventos pontuais fosse o melhor para o desenvolvimento do país. De qualquer forma, resta-nos aguardar e
prepararmo-nos o melhor possível para vencer mais este desafio.
ABREVIS em revista
|2| julho / agosto 2012