Relatório de Actividades 2018 Relatório_2018 | Page 76
RELATÓRIO DE ATIVIDADES 2018
Os utentes que ingressam em Comunidade Terapêutica para tratamento constituem uma população muito
volátil, na sua maioria com baixos níveis de motivação para tratamento, com pouca tolerância à frustração e
dificuldade de esperar pela gratificação, pelo que a sua manutenção em tratamento se torna difícil, justificando
o elevado número de saídas sem alta clínica e por sua vez o reduzido número de altas clínicas. Esta é uma
problemática comum aos tratamentos das dependências, sendo um dos desafios que se nos apresenta
diariamente.
De uma forma geral, o tratamento na Comunidade Terapêutica assenta em três pilares base, sobre os quais
se dividem as atividades realizadas ao longo do ano. Esses pilares são a componente psicoterapêutica, a
componente funcional e organizativa e a componente de lazer.
Na componente psicoterapêutica são desenvolvidos vários espaços terapêuticos, sobretudo em grupo, que
visam abordar e trabalhar os problemas e dificuldades individuais de cada utente, bem como as necessidades
e dificuldade do grupo. Durante o ano de 2018 decorreram os seguintes espaços terapêuticos: Grupos
Psicoterapêuticos, Grupos de Encontros, Reuniões de Fase, Reuniões de Fim de Dia, Dinâmicas de Grupo,
Terapias Individuais, Terapias Familiares, Grupos Temáticos.
Contámos com a presença mensal dos Alcoólicos anónimos, para reuniões com os dependentes de álcool,
sendo de grande riqueza tal colaboração.
Ao longo da experiencia e contacto com os utentes, sentimos uma crescente necessidade de fortalecer e criar
um acompanhamento mais próximo dos mesmos, assim como uma comunicação mais estreita e próxima com
os seus familiares, uma vez que a problemática da dependência, não envolve apenas o utente mas todo meio
circundante.
A componente funcional e organizativa diz respeito à organização, higiene, limpeza e confeção da alimentação
na Comunidade Terapêutica. Estas tarefas são desenvolvidas pelos utentes, com a supervisão dos Monitores
Terapêuticos. A componente funcional e organizativa tem como objetivos ajudar os utentes a desenvolverem
novas competências práticas ao nível da gestão da vida quotidiana, criar hábitos e rotinas de trabalho,
desenvolver competências ao nível da gestão das relações interpessoais, aprender a trabalhar em equipa e
saber gerir diferentes funções e responsabilidades.
Durante o ano de 2018 verificou-se a entrada em internamento de um público de residentes, com grandes
debilidades físicas e psicológicas, que “obrigaram” a uma reorganização da componente em causa o que exigiu
maior envolvência e empenho por parte da equipa e do grupo.
O acompanhamento dos sectores e dos elementos mais debilitados, potenciou o espírito de entreajuda com
maior cooperação, o aumento de capacidades em gerir as frustrações e desenvolver estratégias de superação,
pontos estes, que em algumas situações se tornaram importantes para a recuperação dos envolvidos.
Salientamos que no sector Horta foram restaurados bancos de exterior com recurso a paletes, doadas à
Comunidade, de forma a oferecer mais conforto aos utentes e embelezamento do espaço. Foi também
adquirida uma moto-roçadoura que facilitou algum do trabalho realizado neste sector, permitindo, também,
arranjar de forma mais harmoniosa os espaços exteriores.
A Componente de Lazer permite aos residentes aprenderem a ocupar os tempos de lazer e a disfrutar do
tempo de ócio de uma forma mais saudável. Neste âmbito tentámos dar continuidade ao trabalho já
desenvolvido nos anos anteriores, procurando oferecer um leque de atividades diversificado e culturalmente
rico. As atividades de Lazer desenvolvem-se diariamente ao fim do dia e aos fins-de-semana. Entre as
atividades habitualmente desenvolvidas pelos utentes, dentro da Comunidade, encontram-se as artes manuais
(pintura, desenho, serralharia, etc.), leitura, música, visualização de filmes e séries, jogos de tabuleiro, atividade
desportiva livre, festividades de aniversário e de dias especiais (Natal, Ano Novo, dia aberto, etc). As
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