Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 86

RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015 | 85 Social e Direitos Humanos e o Núcleo de Defesa dos Direitos Humanos da Defensoria Pública do Estado, além da CDDH Alerj. A comissão viabilizou, junto à Divisão de Homicídios, os depoimentos de duas testemunhas do fato e o caso aguarda a reconstituição para a conclusão do inquérito. A Defensoria Pública também acompanha a família que ajuizou pedido de indenização do Estado. MORRO DE SÃO CARLOS: MAIO DE 2015 Os mototaxistas Ramon de Oliveira, de 23 anos, e Rodrigo Marques Lourenço, de 30 anos, em 15 de maio de 2015, foram encontrados mortos com perfuração de facas em um matagal no alto do Morro de São Carlos, no Estácio, de acordo com informações da Polícia Civil. Moradores acusaram policiais do Batalhão de Ações Especiais (BOPE) pela morte dos dois jovens, apesar de não terem relatado a ocorrência de tiroteios. A equipe técnica da Comissão da Alerj esteve no local e os moradores narraram diversos casos de abuso de policiais da UPP contra os motoqueiros. Procurado pelo órgão, o major da UPP, afirmou que não tinha conhecimento das mortes de Rodrigo Lourenço e Ramon Oliveira na localidade de São Carlos. A CDDHC da Alerj prestou atendimento às famílias dos jovens. Margarete de Moura de Oliveira, mãe de Rodrigo Marques Lourenço, contou à equipe técnica que todos os documentos dele foram levados após o assassinato. Ela citou a polícia ao falar sobre a perda do filho e forneceu o número da guia do Instituto Médico Legal. De acordo com a companheira da vítima, Rodrigo foi visto pela última vez com vida ao passar em frente ao salão em que ela trabalhava por volta das 21h, logo depois, ouviu um barulho de tiro abafado. Rodrigo Lourenço não retornou para casa. Segundo relatos dos moradores, três mototaxistas foram abordados à noite, por volta de 21h, sendo apenas um deles liberado. Após a abordagem, Ramon de Oliveira, de 23 anos, e Rodrigo Marques Lourenço, de 30 anos, foram encontrados mortos. Os moradores também contaram que junto ao corpo havia cápsulas de balas e que policiais do Bope estiveram no local antes da chegada da perícia da equipe técnica da Delegacia de Homicídios. As motos dos dois rapazes não foram entregues à família. A CDDH Alerj prestou os seguintes encaminhamentos: i) Atendimento psicológico para as famílias; ii) Indenização direta para as famílias com atendimento jurídico pela Defensoria Pública; iii) acompanhamento do inquérito na Delegacia de Homicídio. ROCINHA: JUNHO DE 2015 Wesley Barbosa, de 13 anos, estava em casa quando foi baleado. Ao tentar socorrer o filho, Eduardo Barbosa foi impedido por um grupo de policias militares do Choque que se colocam à frente dele apontando uma arma para sua cabeça e obstruindo sua passagem. Mesmo sob ameaça, o pai do jovem conseguiu passar pelo bloqueio e levou