Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 42

RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015 | 41 A ocupação do instituto é uma das consequências dos graves problemas no acesso à moradia no Rio de Janeiro e no Caju. Muitas famílias migraram para este local com a promessa de que entrariam para o programa Minha Casa, Minha Vida. Muitos moradores da Favela do 950 e do Instituto de Infectologia São Sebastião sofrem com problemas de saúde. 3.1.2. ENTREVISTA: MARIA DE FÁTIMA DA SILVA “Estamos à mercê de uma destruição psicológica” Leon Diniz Maria de Fátima denuncia o abando do Caju e critica o Porto Maravilha H á 43 anos vivendo no bairro do Caju, uma das lembranças mais antigas de Maria de Fátima da Silva, 52 anos, é a alegria dos dias em que a colônia de pescadores distribuía gratuitamente peixes para a população. Hoje, a colônia e as memórias foram engolidas pelas águas poluídas pelas empresas que atuam às margens do Caju. Não é só o mar que está sujo. Quem circula pelo Caju à noite e olha para os postes de iluminação vê a nuvem de sujeira que os moradores respiram todos os dias. Poluição provocada pela grande quantidade de caminhões e carretas que trafegam pelo bairro. Há muitos casos de crianças e idosos com graves problemas respiratórios. Maria de Fátima é presidente da Associação de Moradores do Parque São Sebastião. Um dos principais problemas da comunidade é o abastecimento de água. Ela é escura e chega com um cheiro ruim às casas, provocando doenças de pele e problemas gastrointestinais.