Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 102

RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015 | 101 dez, quinze autos de resistência? Qual o critério para avaliar qual a quantidade de autos de resistência aceitável para cada policial?”, questionou. PRINCIPAIS PROPOSTAS DA ANISTIA INTERNACIONAL PARA ENFRENTAR O PROBLEMA: AO GOVERNO DO ESTADO 1) Todos os homicídios praticados por policiais, independentemente de serem caracterizados como autos de resistência ou não, devem ser investigados pela Divisão de Homicídios. O objetivo é concentrar as informações numa mesma unidade. Atualmente, os casos ficam com as unidades distritais, cuja taxa de resolução é mais baixa. O chefe de gabinete da Polícia Civil, Fernando Vilas Poucas, que compareceu à audiência, disse que a direção da instituição é favorável à medida, mas que precisa da nomeação de 750 policiais que foram aprovados em concurso. 2) Garantir a estrutura adequada em termos de equipamentos e pessoal para que a Divisão de Homicídios possa investigar todos os casos de forma eficiente. 3) Fortalecimento de programas de proteção às testemunhas, familiares das vítimas e defensores de Direitos Humanos. 4) A PM deve adotar e tornar público um protocolo que regulamente o uso da força para evitar abusos. O uso da força deve ser proporcional ao dano que se deseja evitar. No caso da força letal, ela só é legítima se for para salvar a própria vida ou a de outra pessoa. O documento deve ser baseado em dois protocolos produzidos pela ONU: o “Código de conduta para os funcionários responsáveis pela aplicação da Lei” e o “Princípios básicos sobre o uso da força e armas de fogo pelos funcionários responsáveis pela aplicação da Lei ”. A PM também deve controlar o uso de armas de uso extremo como fuzis e metralhadoras automáticas. Seu uso em comunidades põe em risco a vida da população. AO MINISTÉRIO PÚBLICO 1) Criação de uma força-tarefa que priorize a investigação dos autos de resistência. Segundo o relatório, em 2011, a Polícia Civil abriu 220 procedimentos administrativos. Até abril de 2015, 183 investigações ainda estavam em curso. Foi pedido o arquivamento de 12 casos, dos quais cinco por ausência de provas ou testemunhas. Houve apenas uma denúncia à Justiça. 2) O Ministério Público precisa cumprir seu papel constitucional de fiscalizar e controlar a atividade policial, monitorando o uso da força letal.