82 | RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015
A Força de Pacificação afirmou, à época, que houve troca de tiros com os ocupantes do veículo, emitindo inclusive uma nota pública, justificando o uso letal da força com o argumento de que o carro estava indo de encontro aos militares.
A CDDHC Alerj prestou atendimento à família e aos jovens. Foi dado assistência e orientação jurídica com encaminhamento pelo NUDEH da Defensoria Pública. Além disso, foi identificado a necessidade de Vitor Santiago Borges trocar de moradia devido a amputação da perna, visto que o local onde vive só dispunha de acesso via escadas. A equipe técnica da Comissão prestou auxílio para o atendimento no posto de saúde, solicitou o apoio psicológico e visita regular de assistência médica de enfermaria.
Após visita domiciliar, a esquipe enviou ofício n ° 269 / 2015, em julho de 2015, para a Secretária Estadual de Assistência Social e Direitos Humanos, solicitando o atendimento adequado e qualificado na rede de reabilitação para o jovem. Além disso, a CD- DHC está intermediando o contato com a Rede Sarah, especializada no atendimento a pessoas com deficiência física.
COMPLEXO DO ALEMÃO: ABRIL DE 2015
Segundo relatos iniciais da mídia comunitárias do Complexo do Alemão publicizados pela Rio On Whatch 6, entre os dias de 1 º e 2 de abril de 2015, foram 24 horas de tiroteio que resultou na morte de quatro pessoas atingidas por projéteis de arma de fogo. De acordo com os dados do Instituto Raízes em Movimento, até abril de 2015, 22 pessoas tinham sido atingidas por balas somente no Complexo do Alemão, sendo 10 pessoas mortas e 12 feridas.
Uma das vítimas fatais foi Elisabete Alves de Moura Francisco de 41 anos. Moradora da Rua 2, localizada na favela da Alvorada, Elisabete foi atingida por tiros de fuzil no pescoço e na boca, quando estava dentro de sua própria casa. Sua filha, Maynara de Moura Francisco, uma adolescente de 14 anos, ao tentar chegar até a mãe para socorrê-la, também foi atingida no braço. Socorrida por moradores, mãe e filha foram levadas para o Hospital Estadual Getúlio Vargas, na Penha, mas Elisabete, ao contrário da filha, não resistiu aos ferimentos e foi a óbito.
Imagens perturbadoras dos últimos momentos de vida de Elisabete foram filmados por moradores. O vídeo mostra três homens carregando-a com o apoio de um lençol até o carro em busca de socorro até o hospital, deixando no caminho um rastro de sangue. Elisabete trabalhava como porteira de uma creche no alto do Complexo do Alemão. A ocorrência foi registrada na 45 ª Delegacia de Polícia, localizada na estação de teleférico da Alvorada na região.
6. Disponível em < http:// rioonwatch. org. br /? p = 13875 >.
No mesmo dia, Rodrigo Farini, de 24 anos, foi fatalmente atingido na cabeça também na localidade da Alvorada, perto da casa de Elisabete. Imagens e vídeos de seu corpo estendido no chão foram amplamente compartilhados nas redes sociais. Horas depois, por volta das 20h30, moradores denunciaram por redes sociais que dois jovens foram torturados e executados pela Polícia Militar na Rua Canitar. Durante a madru-