Relatório da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2015 | Page 32

RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015 | 31
Em maior parte dos casos, quem assedia é um agente de hierarquia superior. O levantamento foi feito com mulheres das guardas municipais, pericia criminal, Corpo de Bombeiros e das Policias Civil, Militar e Federal. Tudo de forma anônima. Somente 11,8 % das mulheres denunciam as ocorrências de abuso.
Em 16 de novembro, as comissões de Direitos Humanos e de Segurança Pública da Alerj realizaram uma audiência pública para discutir o assédio sexual sofrido por policiais militares mulheres. O encontro foi motivado pela denúncia anônima feita por uma PM da Unidade de Polícia Pacificadora do Santa Marta, que acusou um sargento de tê-la assediado. Das 3.850 mulheres da PM, cerca de 750 trabalham em bases das Unidades de Polícia Pacificadora( UPP). No Santa Marta, há 16 mulheres, incluindo a comandante, tenente Tatiana Lima.
Após a denúncia, outras cinco policiais mulheres prestaram depoimento na 8 ª Delegacia de Polícia Judiciária Militar. Duas delas confirmaram a agressão. Uma das PMs afirmou que tinha medo de denunciar o sargento por ele ser um superior hierárquico e responsável por supervisionar as atividades da tropa.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal Extra 14, que teve acesso a um dos depoimentos, o policial assediador, remanejava as mulheres para poder ficar sozinho com elas na base.“ Por várias vezes, quando estava escalada na tropa no policiamento ordinário, ele remanejava para a base na intenção de assediar, pois se privilegiaria do seu poder de manipulação”, informa parte do texto publicado pelo jornal.
Na audiência realizada pela CDDHC na Alerj, o corregedor da PM, coronel Victor Yunes, não deu detalhes sobre o andamento do processo, mas afirmou estar em fase de conclusão. Yunes disse que a polícia não tolerará casos de assédio sexual e punirá os envolvidos. Também participou da audiência o presidente da Associação de Praças, Vanderlei Ribeiro.
O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, deputado estadual Marcelo Freixo, defendeu que crimes como este sejam tratados desde os cursos de formação de forma pedagógica, para preveni-los.
O capítulo seguinte pretende abordar as violações e os impactos das transformações urbanas do Rio de Janeiro com vistas aos Jogos Olímpicos de 2016. A sessão também apresentará a violência e discriminação contra a população LGBTT, além da intolerância religiosa. O capítulo abordar temas relativos à juventude e a cultura do medo, e a mobilização pelo direito à livre circulação na cidade.
14. Disponível em < http:// extra. globo. com / casos-de-policia / corregedoria-da-pm-investigase-sargento-tentou-beijarforca-policiais-mulheres-daupp-santa-marta-17877402. html >.