24 | RELATÓRIO DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS E CIDADANIA DA ALERJ | 2015
tamente às autoridades policiais os casos de ocorrência de aborto na rede de saúde pública estadual, mesmo os abortos espontâneos( em decorrência de causas naturais). O presidente da Comissão de Defesa dos Direitos Humanos e Cidadania da Alerj, deputado Marcelo Freixo, apresentou em conjunto com outros deputados, uma emenda para que fosse suprimida do relatório a indicação que prevê a elaboração de um Projeto de Lei( PL) que leva a maior penalização da prática do aborto. Uma vez que este sacrifica até os casos de aborto previstos em lei e os de aborto espontâneo, o que se configura em uma exposição degradante e tortura psicológica às mulheres que já estão fragilizadas.
2.3.1. ENTREVISTA: FERNANDA GARCIA
“ O aborto é uma marca que a mulher carrega por toda vida, ela não faz isso feliz”
Arquivo pessoal
Fernanda Garcia aposta na mobilização de mulheres para barrar iniciativas que violem o direito feminino sobre seu corpo e sua vida
Aguerrida na luta pela descriminalização do aborto, Fernanda Garcia, de 20 anos, encontra na mãe, nordestina sangue-quente e pastora, os princípios para a defesa da saúde e vida da mulher.“ Minha mãe teve câncer no útero há cinco anos e o SUS demorou mais de um ano para entregar o primeiro exame que diagnosticava o câncer. A polícia tem que ser acionada nesses casos em que a pessoa espera um ano para ter acesso a um exame que vai fazer a diferença entre a vida e a morte, e não quando uma mulher sofre um aborto para criminalizá-la em um momento difícil”, afirma. De acordo com Fernanda, a discussão sobre a saúde pú-