Relatório anual da Comissão de Direitos Humanos da Alerj - 2014 | Page 48
deral tem entrado com ações nos Tribunais
de Justiça para a abertura de processos contra os torturadores. Todo mundo já sabe da
nossa verdade, ela sempre foi contada por
nós através de livros, filmes e estudos acadêmicos. Agora precisamos saber o que fizeram com as pessoas que questionaram o
regime militar. Quando e como foram mortos, quem os matou. Cadê os restos mortais
de cerca de 500 brasileiros?
CDDHC: Por que e pelo o que ainda é
necessário lutar?
Vitória: A grande luta do Grupo Tortura
Nunca Mais do Rio de Janeiro pela a abertura dos arquivos da ditadura. Eu espero que
este segundo mandato da presidente Dilma
Rousseff seja diferente, porque até agora,
todos os presidentes fizeram acordos com
os militares em nome da governabilidade.
Isso precisa ser rompido. O Brasil precisa
cumprir a sentença do Araguaia, já que nem
ao menos a reparação dos familiares foi feita em sua integridade. Mães de vítimas da
ditadura estão morrendo ou perdendo a
lucidez e não foram reparadas. No dia que
esses militares forem processados, que seus
familiares e vizinhos souberem que eles foram torturadores e assassinos, muita coisa
pode mudar. Espero que a presidente tenha
coragem política de exigir do Supremo Tribunal Federal o cumprimento da sentença
do Araguaia e abertura de todos os arquivos da ditadura militar.
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