RELATÓRIO FINAL DA SUBCOMISSÃO DA VERDADE NA DEMOCRACIA AS EXECUÇÕES SUMÁRIAS NO RJ | Page 55

ANTHONY GAROTINHO, 1999-2002 A política de segurança do governo de Anthony Garotinho foi repleta de ambiguidades. A começar pela cúpula da referida área, formada pelo general do Exército José Siqueira, como Secretário de Segurança, e pelo antropólogo Luiz Eduardo Soares, ocupando o cargo de Subsecretário. Na chefia do Gabinete Militar, o coronel da PM Josias Quintal, e, para o Gabinete de Polícia Civil, o delegado Carlos Alberto D’Oliveira. O mandato do novo governador também foi marcado por reações violentas por parte das corporações policiais contra as inovações de sua política de segurança pública. Reações que se deram no âmbito da política, do mundo jurídico e, sobretudo, da força. Isso porque a presença de Luiz Eduardo Soares como subsecretário representou um ponto de inflexão na segurança pública do Rio de Janeiro e desafiou forças quase intocadas até então. Sua saída do governo levou a segurança no estado a assumir a mesma faceta de outrora, reduzindo sua agenda a tiroteios cada vez mais recorrentes. Trata-se, portanto, de um antes e um depois. E é sob essa perspectiva que as ambiguidades da administração de Garotinho precisam ser compreendidas. Direitos Humanos e eficiência policial As ideias postas em prática pelo Subsecretário reivindicavam a centralidade da segurança cidadã como modelo de política pública do novo governo. Se, por um lado, o comprometimento pessoal do Subsecretário – e, a reboque, de outras autoridades públicas – no combate à violência policial, na aproximação do governo junto às favelas, ou mesmo na implantação do policiamento comunitário, remetiam a uma inspiração dos