Uma breve história da imigração coreana em São Paulo
36 e nos finais de semana tinha um contato maior com as crianças coreanas graças à igreja.
Apesar de os coreanos terem uma fama de serem rígidos se tratando de estudos e o futuro dos filhos, esse é apenas mais um dos inúmeros estereótipos que generalizam toda uma cultura. Exigências, pressão, pais que projetam nos filhos seus sonhos frustrados existe em qualquer país do mundo, não importando raça ou nacionalidade. É verdade, que na Coreia do Sul existem inúmeros problemas em relação à pressão que os jovens sofrem quando se trata de estudar e ter uma carreira de sucesso. Entretanto, este é um cenário que vem mudando ao longo dos anos, com as famílias tendo um contato maior com outras culturas e possibilitando aos filhos o direito de seguirem seus próprios sonhos sem interferências. Natália conta, com um sorriso no rosto, que seus pais sempre desejaram que ela se desse bem na vida, porém, tendo a chance de trilhar seu próprio caminho.
“ Meus pais nunca ficaram pegando no meu pé pelos estudos do tipo‘ você tem que estudar, você tem que ser a melhor da sala, ou você é coreana, não é brasileira’. Meus pais faziam questão que eu me sentisse bem comigo mesma, sendo descendente de coreanos, mas que mora no Brasil. Eu tinha, na verdade, os meus dois mundos”, explica, enquanto divide a sua atenção na entrevista e no movimento ao redor da loja, já que no horário de almoço as pessoas lotam os restaurantes da região.
A cada palavra solta e sorriso dado, a jovem coreana-brasileira em nada remete a visão que muitos têm desse povo. O fato de estar profundamente imersa em seus dois mundos, a faz se sentir à vontade onde estiver, sempre disposta a falar com os curiosos que querem saber mais sobre a cultura coreana.
“ O que eu percebi conversando com coreano, com japoneses da minha idade ou até mais velhos, é que eu sou muito diferente”, ri.
E graças a“ Natálias” encontradas em lojas e restaurantes nas andanças pelos bairros orientais de São Paulo, é que é