Recente Presente - Breve história da imigração coreana em São Paulo Recente Presente | страница 17
ele não foi o primeiro bairro onde se instalaram, mas sim, a
Baixada do Glicério. Foi lá que os primeiros negócios ganha-
ram forma. Se viravam como podiam entre si e os mais jo-
vens da colônia passaram a tentar aprender português, para
assim, auxiliar os outros imigrantes na rotina da cidade. Al-
guns até transformaram suas casas em uma espécie de es-
cola, onde recebiam outros coreanos e ensinavam a prática
do idioma. Nesse quesito, as mulheres foram fundamentais,
pois na grande maioria das vezes eram elas quem assumiam
o papel de professora.
Aqueles que quando chegavam ao país iam parar no inte-
rior, ou em terras impróprias para morar, se viam acolhidos
por outras famílias. O projeto do primeiro acordo de imigra-
ção tinha como foco a agricultura. Diferente dos japoneses
que chegaram em terras tupiniquins muito antes, os corea-
nos não tinham afinidade com a área agrícola, além disso,
antes de vir, os coreanos precisavam comprar um terreno,
onde morariam e cuidariam da lavoura. Entretanto, algumas
dessas terras no interior de São Paulo estavam sendo ocu-
padas por sem teto, outras terras contaminadas por insetos
venenosos e com um solo infértil. A viagem complicada e o
desgaste por não ter um lugar certo onde ficar, era a parte
mais difícil. Então, depositavam a sua fé em suas crenças e
uns nos outros. Tiveram que se organizar logo que chegaram,
criando suas primeiras associações mesmo que de modo ar-
caico, avisando a Embaixada Coreana dos problemas e espe-
rando por alguma solução. Os tripulantes que estavam sem
destino se alojaram no Memorial do Imigrante, localizado
na Mooca, que na época era o Departamento de Imigração.
Com ajuda do governo de São Paulo, passaram a procurar
por outras terras onde pudessem se instalar.
Retomando aos dias atuais, ainda se vê muito da união
da colônia - principalmente por conta das igrejas -, embo-
ra, cada vez mais os jovens estejam se misturando aos não
asiáticos. Entretanto, diferente da imigração japonesa que já
se fundiu com os brasileiros, os coreanos ainda são novida-
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