as pessoas daqui
Herança de pai para filhas
por Nathaly de Oliveira
M
eu avô Luiz Afonso Miranda morreu há 34
anos. Ele era barbeiro. Assim como ele, minha
mãe seguiu o mesmo caminho. “Eu não sabia da profissão do
meu pai e mesmo assim me apaixonei por ser cabeleireira”,
conta.
No bairro São Dimas, “as três irmãs cabeleireiras”
eram conhecidas. Duas dessas são minhas tias e a outra é
minha mãe. Diferente das minhas tias, minha mãe continua
com seu salão no mesmo bairro.
A irmã mais velha se chama Fátima e a do meio Dalva.
Fátima era a dona da maior parte do salão, enquanto minha
mãe e Tia Dalva eram suas sócias. Minha mãe sempre
trabalhou no salão, desde os 16 anos, mas depois de um
tempo, conseguiu um segundo emprego em um posto de
combustível.
Certo dia minha Tia Fátima, por conta de problemas
nas varizes, teve que fazer cirurgia e resolveu vender o salão.
Na mesma época, minha mãe saiu do posto de combustível,
porque não aguentava mais ser assaltada. Com o dinheiro
do acerto, resolveu comprar a parte do salão que sua irmã
estava vendendo.
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