as pessoas daqui
Baiana
por Fernanda Aparecida
E
la se dá bem com o vizinho dos dois lados: o de
cá e o de lá. Em uma rua do bairro São Dimas,
na parte antes chamada de Vale das Flores. Ela também é
conhecida por sua simpatia.
No sobe e desce das ruas há mais de trinta anos,
passa sorridente Nice Baiana. Nem amuleto a prende em
casa. O nome já mostra sua origem. Veio da Bahia com
27 anos, grávida de sete meses e junto com seu marido
caminhoneiro chamado Frederico. A família se mudou para
cá por conta de seu trabalho, porque a sede da empresa
ficava em Curitiba.
Depois de 20 anos juntos, Frederico traiu Baiana e
a deixou sozinha com suas duas filhas pequenas, Ysnaia e
Yvone. Ele fugiu com a amante e Baiana não sabia o que
fazer, pois estava desempregada.
Passaram-se anos e não tiveram mais notícias dele.
Até que um dia, o telefone tocou e falaram que Frederico
estava doente. Ysnaia e Yvone, com muita saudade e
preocupação, foram atrás dele. Frederico passou dias
internado, mas não resistiu e acabou falecendo. Agora com
60 anos, Baiana diz não querer saber mais de homem algum
em sua vida, e segue com o bom humor na família, no bairro
e no trabalho.
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