contemplassem além da prática de leitura também a escrita nas
aulas de língua portuguesa de duas turmas de oitavo ano (B e
C) em 2018.
Começamos o ano letivo e ambas as turmas aceitaram
a proposta, mas com certo receio diante da temática sugerida:
“o lugar onde vivo?”, “por que não outro tema?”, “o que vamos
falar desse lugar?”. Foram questionamentos comuns dos
alunos que desconfiavam que o bairro da periferia da região
metropolitana de Curitiba pudesse ser tema ou cenário de boas
crônicas.
“Vamos tentar”, insisti.
A primeira tarefa foi realizar uma pesquisa sobre textos
que falassem sobre o bairro, ou mesmo sobre a região. Isso
só confirmou a hipótese e o receio do início: “não disse? Só
achamos coisas ruins!”. E de fato: o que se viu foi uma série
de notícias sobre a violência enfrentada pelos moradores na
região.
Foi então que contamos com a rica contribuição dos
professores de Geografia do colégio, Roberto e Milena, que
redirecionaram o olhar dos alunos para outros aspectos:
características físicas, comércios, indústrias, população, etc.
Disso surgiu a primeira produção textual. Após selecionar
um tema referente ao que haviam estudado, os alunos fizeram
pesquisas, entrevistas e produziram reportagens sobre o
bairro. Nesses textos, a questão da falta de segurança também
apareceu como assunto, mas outros surgiram, como a Feira
“Pedrinha”, que movimenta a região aos domingos, problemas
de erosão que causam transtornos a moradores de uma rua do
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