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As Gaivotas e os Corvos

Era uma vez milhares de corvos e gaivotas, mas um corvo e uma gaivota eram muito amigos desde há muito tempo.

Com a convivência do dia a dia, a amizade foi-se desenvolvendo e evoluiu para um namoro. Durante algum tempo, mantiveram o namoro escondido, como eram de raças diferentes, porém deixaram de dar importância a esse pormenor e relacionaram-se sem dar importância às opiniões nem aos comentários das pessoas.

Passado um ano, eles tiveram um filho era chamado Zorbas, mas o problema foi que o filho era um gato e eles não sabiam o que fazer com ele, pois não era uma gaivota nem um corvo, não era uma ave, era um felino.

Mantiveram longas conversas acerca desta situação, mas o gato começou a ficar com fome e a gaivota não sabia o que fazer nem como para lhe dar de comer.

- Penso que o melhor será irmos procurar peixe para lhe dar, ele não gosta do mesmo tipo de comida que nós

- disse o corvo muito preocupado.

- Mas onde vamos procurar peixe? – perguntou a gaivota desesperada.

- Vamos até ao rio e eu vou tentar pescar – sugeriu o corvo.

- Tu? Mas tu sabes pescar? Não sabia que os corvos pescavam… Mais um pormenor que fico a saber a teu respeito, meu amor. Não seria ser eu a pescar? Estou habituada e lembrei-me de um local excelente.

- Vamos então – respondeu o corvo.

- Como vamos transportar o nosso filho? – perguntou a gaivota assustada.

- Vamos voar e ele vai caminhar atrás de nós.

Assim foi. O corvo e a gaivota levantaram um voo rasteiro e o gatinho ao olhar para os pais ainda tentou pular para ver se os alcançava, mas passado pouco tempo descobriu que não conseguia voar. Limitou-se a caminhar atrás dos seus pais. Ao longo do caminho, os pais e o filho fizeram várias brincadeiras e riram muito durante todo o trajeto. Estavam felizes e alegres.

Após uns dez minutos, chegaram a um rio lindo com uma água muito azul e as suas bordas estavam repletas de bonitas plantas verdes. Dentro do rio, os peixes nadavam e davam saltos para fora da água. Dava a impressão que também estavam alegres e que estavam a brincar.

- Lamento ter de apanhar estes peixes, mas vou ter de dar de comer ao meu filho gatinho – disse a gaivota antes de mergulhar no rio e trazer um peixe pendurado no bico.

O gato devorou o peixe num instante e os pais ficaram espantados com tanta vontade de comer demonstrada pelo seu filhote. A mãe mergulhou mais duas vezes e então gatinho ficou saciado com os três peixes que a sua mãe conseguiu pescar. A mãe também foi buscar um peixe para si e ficou muito satisfeita. O pai corvo, cuja alimentação é muito variada, pois pode comer insetos, grãos de cereais, bagas, frutos e pequenos animais, dirigiu-se a uma parte de um terreno que ficava por ali e encheu a barriga de insetos.

Deitaram-se todos a descansar e dormiram uma sesta. Quando acordaram, o sol já ia alto e o corvo disse:

- Acho que podíamos ficar a viver por aqui. O que acham? Tem comida de fartura pra todos nós e o local é sossegado. Ninguém nos importunará.

- Tirou-me os miados da boca – disse o gatinho alegremente.

- Adorei a ideia, meu amor - disse a gaivota apaixonada pela sua família.

Leandro, Jacinta e Liliana – 7.º ABC1

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