Projeto Cápsula Sons da fala | Octavia E. Butler | Page 26

cia e ladrão era a sua única loucura, que brincasse. Ela ficaria com ele, com uniforme e tudo. E ocor- reu a ela que um dia poderia perdê-lo para alguém que ele conheceria como a conheceu. Mas o teria por algum tempo. Ele pegou o mapa de ruas outra vez e bateu nele, apontando vagamente para o nordeste, rumo a Pasadena, e então olhou para ela. Ela deu de ombros, tocou no ombro dele, depois no seu, e levantou o dedo indicador e o dedo médio juntos, só para se certificar. Ele agarrou os dois dedos e assentiu. Estava com ela. Ela tirou o mapa dele e o jogou no painel. Apon- tou para o sudoeste, de volta para casa. Agora ela não precisava ir para Pasadena. Agora ela podia con- tinuar tendo um irmão e dois sobrinhos lá, três ho- mens destros. Agora ela não precisava ter a certeza de estar tão só quanto temia. Agora ela não estava só. Obsidian pegou a Hill Street rumo ao sul, depois a Washington para o oeste, e ela se recostou, ima- ginando como seria ter alguém de novo. Com tudo que ela tinha recolhido das ruas, o que conservara e o que plantara, haveria comida mais que suficiente para eles. Com certeza haveria espaço suficiente na casa de quatro quartos. Obsidian poderia trazer as 21