Projeto Cápsula Aranha, a artista | Nnedi Okorafor | страница 29

foram seus olhos. Eram todos de um vermelho in- tenso de fúria. Os outros se arrastaram em volta de Udide, ba- tendo os pés no duto em ritmos complexos. Não con- segui ver os olhos dela. Então, todos correram a uma velocidade impressionante, para o leste. Eu me virei para meu marido. Ele tinha desapa- recido. A notícia se espalhou como doença porque quase todo mundo tinha telefone celular. Logo, todos es- tavam acessando-os, mandando mensagens do tipo: “Explosão no oleoduto, perto da escola! Nenhum Zumbi à vista!” e “Corra para a escola, traga um bal- de!”. Meu marido nunca me deixou ter meu próprio celular. Não tínhamos condições de comprar e ele achava que eu não precisava ter um. Mas eu sabia onde ficava a escola primária. As pessoas achavam que os Zumbis tinham todos se rebelado, ignorando as funções dadas pelo ho- mem para viver nos pântanos do delta e fazer seja lá o que faziam ali. Normalmente, se os ladrões de pe- tróleo rompessem o duto, mesmo nos roubos mais 24/29