Projeto Cápsula Aranha, a artista | Nnedi Okorafor | Page 28

parada em frente ao oleoduto, com o instrumento erguido como um escudo cerimonial. E, entre am- bos, eu, com medo demais para me mexer. Virei- -me para meu marido. — Andrew — falei com o maior cuidado — Deixe que eu explique… Lentamente, ele arrastou o olhar até mim e me olhou, como se me visse pela primeira vez. — Minha própria esposa?! — murmurou ele. — Eu… Udide ergueu suas duas pernas dianteiras. Por um minuto, pareceu que estava suplicando para mim. Ou talvez me oferecendo um abraço. Então, estalou as pernas ao mesmo tempo, tão forte que aquilo produziu uma grande faísca vermelha e um tim ensurdecedor. Meu marido e eu batemos as mãos contra nos- sos ouvidos. No mesmo instante, o ar ficou com o cheiro de fósforos recém-acesos. Mesmo através das palmas de nossas mãos era possível ouvir as respostas vindas do oleoduto. Os estalos era tantos que pareciam uma chuva de pedriscos sobre o duto. Udide estremeceu, se arrastou para trás e ficou no duto, esperando. Eles chegaram em um grupo gran- de. Uns vinte deles. A primeira coisa que percebi 23/29