Projeto Cápsula Aranha, a artista | Nnedi Okorafor | Page 14

oyibo” e, na maioria das vezes, de Zumbis, o mesmo nome que damos os kill-and-go que vêm aqui nos perturbar sempre que lhes dá na telha. Dizem que os Zumbis conseguem pensar. Inteli- gência Artificial, é o nome disso. Estudei um pouco, um ou dois anos na faculdade, só que minha área não era ciências. Apesar da minha educação, assim que me casei e fui trazida para esse lugar maldito, me tornei igual a qualquer outra mulher daqui, uma mulher simples da aldeia vivendo na região do del- ta onde Zumbis matam qualquer um que encoste nos oleodutos e cujo marido, vira e mexe, a espanca. O que eu sabia sobre inteligência Zumbi? O Zumbi parecia uma aranha gigante de metal cin- tilante. Também se movia como uma. Cheia de articu- lações de deslocamento e de pernas. Ela se aproximou rastejando e inclinou-se para inspecionar melhor as cordas do meu violão. Ao fazer isso, duas de suas per- nas traseiras bateram no metal do oleoduto. Click! Click! Click! Ela empurrou meu polegar para longe das cor- das e dedilhou a sequência duas vezes, com um poc surdo. Olhou para mim com seus muitos olhos azuis brilhantes. De perto, consegui ver que não eram lu- zes. Eram bolas de um líquido ondulante de um azul 9/29