Projeto Cápsula Acender uma Fogueira | Jack London | Page 12
quinze quilômetros da bifurcação do rio. Olhou para
o relógio. Eram dez horas. Ele estava viajando a uma
média de seis quilômetros por hora e calculou que
chegaria à bifurcação ao meio-dia e meia. Decidiu
almoçar quando chegasse lá para celebrar a ocasião.
O cão desacelerou o passo, com o rabo entre as
pernas de desânimo, enquanto o homem se apro-
ximava do leito do rio. A marca da velha trilha de
trenós ainda era visível, mas uma densa camada
de neve cobria os sinais dos últimos viajantes. Ha-
via um mês que nenhum ser humano passava para
um lado ou para o outro daquele riacho silencioso.
O homem continuava firme em seu trajeto. Não era
um tipo pensativo e, particularmente naquela oca-
sião, não tinha muito em que pensar, exceto em al-
moçar na bifurcação e no fato de que, às 6 da tarde,
estaria no acampamento com os rapazes. Não tinha
ninguém para conversar; e mesmo que tivesse, seria
impossível diante da focinheira de gelo. Então conti-
nuou a mascar o tabaco monotonamente e a aumen-
tar o tamanho de sua barba âmbar.
De vez em quando, reiterava-se o pensamento de
que estava realmente frio e que ele nunca sentira tan-
to frio. Enquanto seguia, esfregava o rosto e o nariz
com as costas das mãos enluvadas. Fazia o gesto sem
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