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lógica, clareza e força convincente, tem, como a maior
parte dos aspectos da Espiritualidade da Unidade, o sabor
de uma “descoberta” ou, mais exatamente, de uma “redescoberta”, pois trata-se de uma realidade arraigada na
Escritura e no Novo Testamento, portanto, na Revelação.
Como Deus Amor (1Jo 4,8), Jesus Abandonado (Mt 27,46),
o Testamento de Jesus (Jo 17), também o tema do presente
volume – que, doravante, apontaremos simplesmente com
o versículo Jo 13,34 – é somente Evangelho.
Cabe observar que essa Palavra foi dada por Deus a
Chiara Lubich quando a vida sua e a de suas companheiras
estavam bem enraizadas unicamente em Deus. É importante fazer sobressair a prioridade absoluta de Deus na
gênese da Espiritualidade da Unidade para entendermos
corretamente o amor mútuo no pensamento da Autora. Ele
jamais será um “agradável estar juntos”, uma convivência
harmoniosa – embora o seja. Jamais será um desfrutar da
alegria de ser amado de volta, quando já se amou – embora
essa alegria não falte. O amor mútuo é paradoxal em si
mesmo, porque exige a doação total e gratuita de si, sem
nada esperar, e, ao mesmo tempo, contém um apelo à
reciprocidade e à comunhão. Entre sermos somente nós a
amar primeiro e sermos nós juntos a colocá-lo em prática,
existe uma implicação mútua, uma espécie de pericorese.
Somos indivíduos livres, cônscios de que é necessário dar a
vida para gerar o amor mútuo e, ao mesmo tempo, somos
em tudo devedores aos nossos irmãos, que nos ajudam a
amar. Em outras palavras, na vida do Mandamento Novo,
não é possível prescindir da solidão. Somente em Deus
Uni-Trindade é que encontramos a correta relação entre
ser pessoa e ser comunidade.
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