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E Deus em ti arrebatará os corações, acendendo nesses
corações a Trindade que neles repousa, quem sabe, pela
graça, mas neles está apagada.
Não acendes a luz em um ambiente – mesmo havendo a
corrente elétrica – enquanto não fizeres a ligação dos polos.
Do mesmo modo é a vida de Deus em nós: deve ser
posta em circulação para ser irradiada fora, testemunhando
Cristo: o uno que liga o Céu à terra, irmão a irmão.
Olha, portanto, cada irmão doando-te a ele para doar-te a Jesus e Jesus se doará a ti. É lei de amor: “Dai e vos
será dado” (Lc 6,38).
Deixa-te invadir pelo irmão – por amor de Jesus – deixa-te
“consumir” pelo irmão – como outra Eucaristia –; coloca-te todo a seu serviço, que é serviço de Deus, e o irmão virá
a ti e te amará. E no amor fraterno reside o cumprimento
de cada desejo de Deus que é mandamento: “Dou-vos um
Mandamento Novo: amai-vos reciprocamente” (Jo 13,34).
O amor é um fogo que compenetra os corações numa
perfeita fusão.
Então, encontrarás em ti não mais a ti mesmo, não mais
o irmão; encontrarás o amor, que é Deus vivente em ti.
E o Amor sairá para amar outros irmãos porque, tendo
o olhar simplificado, encontrará a si mesmo neles, e todos
serão “um”.
E ao teu redor a comunidade crescerá como ao redor de
Jesus; os doze, os setenta e dois, milhares…
É o evangelho que, fascinando – porque luz em amor –
arrebata e arrasta.
No final, quem sabe, morrerás numa cruz, para não
seres maior do que o Mestre, mas morrerás por quem te
crucifica, e assim o amor terá a última vitória.
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