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Com a trágica morte de Jackson de Figueiredo, tragado pelas ondas revoltas da gruta da
Imprensa, em 4 de novembro de 1928, Alceu
aceitou o convite para presidir ao Centro Dom
Vital e assumiu a direção da revista A Ordem. Em
sua primeira fase, o mais importante instituto
de cultura católica mesclava questões filosóficas
e teológicas com análises sobre o cotidiano da
política. Alceu rasgou o véu do templo e meteu
a ombros a gigantesca tarefa de conferir universalidade à cultura católica. Sua obra bem
revela este escopo, pois foram se sucedendo
estudos que, em seu conjunto, moldaram uma
verdadeira e ambiciosa Summa assistemática,
uma visão unitária e não reducionista do saber.
Uma fenomenologia paciente a caminhar para
uma construção filosófica de caráter global. Esta
foi a marca registrada de Alceu, a justificar a tese
de que, por detrás do aparente descompasso de
seus escritos, nem sempre obedientes a um estilo
aprimorado, avulta uma unidade final.
Alceu Amoroso Lima pertence à galeria dos imortais de nossa cultura. Seu alentado e rico opus está
à nossa disposição, a fim de que nele aprendamos as
lições imorredouras do viver conscientemente a nossa
condição humana.
Nas marchas e contramarchas da evolução de
seu pensamento emergiu ante nossos olhos atônitos
o drama existencial de uma alma ávida de plenitude,
sabendo embora que o homem pascalianamente é
feito de grandeza e de miséria. Alceu nos legou a
mais ampla obra espectral do pensamento cristão e
uma das mais densas afirmações da crítica literária
de nosso Continente.
Alceu nos conta que sua evolução se deu da
idade das formas para a fase das idéias, finalizando
pela era dos acontecimentos. Primeiramente, Alceu
foi o crítico literário, que nos legou alentados volumes
que não deixaram de considerar, de maneira original,
as obras mais relevantes de nossa literatura.
Sua crítica foi construtiva e isenta, profunda e
sempre renovada.
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