Preview dos produtos 56b0d91c25b50582056122pdf | Page 11
UM
O vício das drogas espalha desgraça. Honório Dias,
trinta e nove anos, ainda mora no Jardim Ângela. Mas o
irmão dele, Dauro Honório, morreu em 1992, num“acerto de contas” com os justiceiros. Na hora do crime, o
jovem descansava em casa.
A irmã de Honório, Dirce, foi minha amiga de adolescência. Quantas vezes saímos juntos para curtir aventuras pelo bairro… Até que, em 1989, ela foi presa,
acusada de tráfico de drogas. A história parece se repetir na família. O filho de Dirce já passou pela Febem, a
instituição paulista do “Bem-Estar do Menor”, mais de
três vezes.
O curioso dessa história familiar que me parece muito
próxima das drogas é que Honório encontrou abrigo na
religião e no trabalho. Preferiu outro tipo de vida, de
amizades. No fundo, eu penso, ele escolheu sobreviver
andando em outros caminhos. Não ganha muito, mas
com o que recebe paga, honestamente, as contas do mês.
Nunca experimentou uma“viagem”cujo passaporte fossem as drogas…
É difícil encontrar os fatores que protegem ou que colocam
uma pessoa em risco quanto ao uso de drogas, lícitas ou não. O
levantamento do Cebrid (2004) permite relacionar que, quanto
pior for o relacionamento com ou entre os pais, mais probabilidade um jovem terá de fazer uso pesado do álcool ou de outras
drogas como cocaína, maconha e crack.
Também foi constatado pela pesquisa que, quando passa a
usar drogas com frequência, a criança ou o adolescente começa
a deixar a escola de lado. Esse é um dos primeiros sinais de
alerta para educadores, pais e a sociedade em geral.
19